Pacientes do Hospital Heliópolis, um dos principais centros de saúde pública em São Paulo, estão enfrentando uma situação alarmante. Há uma semana, os funcionários da unidade entraram em greve por conta do atraso no pagamento de salários, o que resultou na paralisação de serviços essenciais e no colapso do atendimento médico.

Uma investigação do SBT Brasil, realizada com câmera escondida, revelou um cenário caótico dentro do hospital. Na recepção, a ausência de funcionários deixa os pacientes sem orientação. "Não tem agendamento. Pessoal tá em greve", declarou uma funcionária. Outro relato de uma enfermeira enfatizou a gravidade da situação: "Aqui, são pacientes graves que vêm nas ambulâncias, Samu, pacientes tudo ferrado."

Além disso, o clima no hospital está desesperador. Consultas agendadas foram canceladas sem aviso prévio e não há previsão para o retorno às atividades normais. Um dos atendentes informou que "hoje não tem dermatologista, tá de férias", completando um cenário de incerteza e desespero.

Gerido pelo Governo do Estado, o Hospital Heliópolis também terceirizou alguns serviços, como a recepção, a cargo da empresa KW. Essa companhia está sob investigação e enfrenta sérias acusações, incluindo a falta de pagamento de salários por dois meses, o que inclui o décimo terceiro. Funcionários denunciam práticas como demissões injustificadas e a constante mudança de CNPJs pela empresa para evitar responsabilidades trabalhistas.

Em resposta à crise, a Secretaria de Saúde do Estado anunciou que rescindirá o contrato com a KW e irá substituir a empresa por outra gestora, a fim de reestabelecer os serviços de recepção e agendamento.

Essa não é a primeira polêmica envolvendo o Hospital Heliópolis. Em 2024, o SBT Brasil divulgou irregularidades que incluíam médicos batendo o ponto e deixando o hospital em seguida, o que levanta a questão sobre a confiabilidade do sistema. Essa continuidade de falhas não apenas gera insegurança entre os pacientes, mas também provoca indignação entre os usuários do SUS.

Os fatos são preocupantes e mostram a necessidade urgente de soluções efetivas para garantir não apenas o funcionamento do hospital, mas também a segurança e o bem-estar de todos os que dependem do sistema de saúde pública.