Saúde

Andrê Fernandes e a 'Capitã Cloroquina': Um Perigo para a Saúde Pública de Fortaleza

2024-10-09

Autor: Matheus

A cidade de Fortaleza, localizada no coração do Ceará e reconhecida como o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, enfrenta um momento decisivo e preocupante nas próximas eleições municipais. O segundo turno promete ser um marco histórico, especialmente com a possibilidade de Andrê Fernandes, do PL, derrotar o candidato Evandro Leitão, do PT. A perspectiva de vitória de Fernandes gera inquietação, principalmente em um setor crucial: a saúde pública.

Recentemente, em um anúncio polêmico, Fernandes revelou que, se eleito, pretende nomear a médica Mayra Pinheiro, conhecida como a infame 'Capitã Cloroquina', como sua secretária de Saúde. Esse anúncio já acende um sinal de alerta a respeito da abordagem que Fernandes pretende adotar na gestão da saúde pública. Durante um vídeo publicado em suas redes sociais, ele elogiou Pinheiro, destacando seus 34 anos de experiência na área e afirmando que ela possui um plano robusto para enfrentar os desafios da saúde em Fortaleza. Contudo, essa escolha traz à tona um passado controverso que poderia colocar em risco a saúde da população fortalezense.

Mayra Pinheiro tornou-se uma figura central no debate sobre a Covid-19 no Brasil, defendendo tratamentos sem eficácia comprovada, como a hidroxicloroquina. Sua insistência nesses métodos, ao invés de promover a ciência, causou grande desinformação e colocou a vida de muitos brasileiros em perigo. O legado de suas posições extremas e sua defesa intransigente de práticas sem respaldo científico culminaram na crise de oxigênio em Manaus, onde muitos pacientes perderam a vida devido à falta de suporte adequado enquanto ela promovia soluções ineficazes.

Além disso, Pinheiro esteve envolvida em episódios polêmicos que mancharam sua reputação. Em protestos contra o programa Mais Médicos, ela foi associada a ações agressivas contra médicos cubanos. Sua proposta de revisão desse programa foi criticada por tentar remover médicos estrangeiros, o que exacerbava a falta de profissionais de saúde. A ironia é que, mesmo diante de um histórico desastroso, Fernandes parece querer repetir esses erros em Fortaleza.

O sistema de saúde da capital cearense, já fragilizado por diversos problemas estruturais, não pode suportar a gestão de alguém com um histórico tão repleto de controvérsias. A cidade já luta com a sobrecarga em seus postos de saúde, a escassez de insumos básicos e longas filas para atendimentos médicos. O risco de ver esses problemas agravados por uma gestão que jogue a ciência e a racionalidade ao mar é alarmante.

Fortaleza não pode se dar ao luxo de entrar em um ciclo vicioso de negacionismo e desinformação. O que está em jogo é o bem-estar de toda uma população que merece valorização da ciência e gestão responsável. A escolha de Mayra Pinheiro para um cargo de tamanha responsabilidade não é apenas uma preocupação; é um alerta claro sobre o tipo de governo que Andrê Fernandes deseja consolidar. Em tempos de incerteza, a saúde pública deve ser uma prioridade e não um campo de batalhas ideológicas sem fundamento.

A batalha eleitoral de Fortaleza não é apenas uma luta por votos, mas, acima de tudo, pela saúde e pelo futuro de sua população. As decisões que serão tomadas no próximo mês poderão impactar vidas, e a cidade merece líderes que estejam comprometidos com a verdade e a saúde pública em primeiro lugar.