Palestinos caminham pelos escombros de edifícios destruídos na Cidade de Gaza em 6 de fevereiro de 2025. — Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas/Foto de arquivo

Neste sábado, 15 de fevereiro de 2025, um ataque aéreo israelense na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, resultou na morte de pelo menos nove palestinos, entre eles três jornalistas locais. Outras pessoas ficaram feridas durante o ataque, que ocorreu em meio a negociações de cessar-fogo entre líderes do Hamas no Cairo, Egito.

As informações sobre o ataque foram inicialmente divulgadas por médicos da região e confirmadas pela Defesa Civil de Gaza. Mahmud Basal, porta-voz da Defesa Civil, informou que os mortos, incluindo jornalistas e trabalhadores da ONG Al Khair, foram atingidos quando a ocupação atacou um veículo com um drone, que estava em uma missão humanitária. No momento do ataque, o veículo seguia na companhia de jornalistas e fotógrafos.

Até o fechamento desta reportagem, as Forças de Defesa de Israel (IDF) não haviam comentado sobre o ataque ou assumido responsabilidade pelo ocorrido.

Esse evento trágico ressalta a fragilidade do recente acordo de cessar-fogo estabelecido em 19 de janeiro entre Hamas e Israel. Durante o período desse cessar-fogo, embora os combates tenham diminuído consideravelmente, autoridades de saúde palestinas relataram que dezenas de pessoas continuaram a ser mortas.

Em resposta a esses incidentes, o exército israelense afirmou que seus militares atuaram para impedir ameaças de "terroristas" que se aproximavam de suas posições ou que estavam colocando explosivos nas proximidades.

Desde que a primeira fase temporária do cessar-fogo terminou em 2 de março, Israel tem rejeitado iniciar a segunda fase das negociações, que exigiria discussões sobre o fim permanente da guerra, uma das principais exigências do Hamas.

Esse ataque aéreo, que atingiu jornalistas, coincide com a visita de Khalil Al-Hayya, líder do Hamas em exílio, ao Cairo para discussões de cessar-fogo. Essas negociações são essenciais para evitar a reativação dos combates no enclave.

Na última sexta-feira, 14 de fevereiro, o Hamas ofereceu libertar um cidadão americano e um israelense em troca do início das conversações para um cessar-fogo definitivo, equação que Israel classificou como uma "guerra psicológica".

Importante lembrar que a guerra teve início após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas em Israel. Desde então, os ataques israelenses a Gaza resultaram na morte de mais de 48.000 palestinos, com autoridades de saúde de Gaza afirmando que grande parte do território foi reduzida a escombros, levando a acusações de genocídio e crimes de guerra, os quais Israel sempre nega.