Saúde

Atenção! Coloproctologista alerta sobre os perigos da diverticulite e sua conexão com o câncer

2024-12-19

Autor: Carolina

Durante uma entrevista no programa CB.Saúde, transmitido na última quinta-feira, o cirurgião coloproctologista Pedro Henrique Morais destacou os riscos associados à diverticulite e discutiu a relação entre essa condição e o câncer. Morais, que conversou com as jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte, enfatizou a importância da alimentação saudável na prevenção de doenças intestinais.

A diverticulite é caracterizada pela inflamação dos divertículos, que são pequenas bolsas que se formam na parede do intestino. Morais informou que a diverticulose, a condição que antecede a diverticulite, é comum em pessoas acima dos 60 anos, afetando cerca de 50% dessa faixa etária. Contudo, somente 10% dessas pessoas podem desenvolver episódios de diverticulite durante a vida. Mesmo sendo considerada uma condição menos grave, a diverticulite pode causar dores intensas e desconforto significativo.

"A dor geralmente se localiza na parte inferior esquerda do abdômen e pode ser tão intensa que leva o paciente a acreditar que a condição é mais grave do que realmente é. Até mesmo uma infecção leve pode causar um desconforto desproporcional, levando muitas pessoas a se preocuparem excessivamente. Outros sintomas podem incluir sensação de gases, prisão de ventre e dificuldade para evacuar", explicou Morais.

Os primeiros registros dessa doença surgiram no século XIX, e o médico atribui seu aumento à transição na dieta moderna, particularmente à baixa ingestão de fibras, que resulta em maior pressão no cólon e, eventualmente, à formação de divertículos. "Uma dieta rica em fibras é essencial. Quanto menos fibras, maior a pressão no cólon, o que pode deformar o intestino, levando ao desenvolvimento da diverticulose", alertou.

Embora a diverticulite não tenha uma ligação direta com o câncer, Morais ressaltou que os fatores de risco para diverticulose — como uma alimentação inadequada, alta ingestão de fast food e obesidade — também são indicativos de um risco aumentado de câncer colorretal. Esse tipo de câncer, que poderá ser detectado precocemente com tomografias e outros exames modernos, é notoriamente agressivo, tendo, por exemplo, vitimado personalidades como Tancredo Neves.

Morais reforçou que os exames atuais são eficazes na identificação da diverticulite e na determinação do seu grau de severidade. A colonoscopia é um dos métodos utilizados para o diagnóstico, embora ele tenha destacado que, em alguns casos, pode haver confusão com diagnósticos de câncer, exigindo exames adicionais.

Manter uma dieta equilibrada e rica em fibras, além de realizar check-ups regulares, são passos fundamentais para prevenir não apenas a diverticulite, mas também o câncer colorretal. Fique atento aos sinais do seu corpo e não ignore sintomas persistentes.