Aumento de Casos de Virose em Guarujá: O que os Turistas Precisam Saber
2025-01-03
Autor: Fernanda
O município de Guarujá, localizado no litoral sul de São Paulo, tem enfrentado um alarmante aumento de casos de virose no início deste ano. Clemice Tavares, uma atendente de restaurante de 55 anos, começou a apresentar sintomas na última quinta-feira (2) e ambos os filhos também ficaram doentes, após um dos filhos ter retornado recentemente de uma viagem, onde acredita-se que tenha se contaminado após um banho de mar no dia 31 de dezembro.
Clemice, que estava na UPA Rodoviária em Vicente de Carvalho, relatou uma série de sintomas, incluindo enjoo, mal-estar e dor no corpo, condição que também afeta seus filhos. O tempo de espera para atendimento na unidade estava acima de duas horas, levando até mesmo famílias a desistirem de serem atendidas e voltarem para casa.
A situação é preocupante, e a reportagem visitou três unidades de saúde na cidade durante a manhã do dia 3. Nas UPAs Rodoviária e Enseada, além do Pronto Atendimento Ana Costa, foi possível observar um movimento muito acima do normal para essa época do ano, com filas longas de pacientes. Amanda Rodrigues, de 23 anos, chegou à UPA Enseada com fortes dores de estômago e só foi atendida três horas depois de aguardar.
Turistas também têm reportado sintomas bastante comuns, como náuseas, vômitos e diarreia. Entre eles, Isabely Cristina, de 24 anos, ficou sabendo do surto de virose pela equipe da Folha, mas continuou com sua viagem, sem saber da gravidade da situação.
A virose parece ter sido impulsionada pela grande quantidade de turistas que lotam as praias da cidade, algo que também impacta a capacidade dos serviços de saúde locais em atender rapidamente a demanda. Francisco de Melo Vale, de 51 anos, aguardou por mais de uma hora para ser atendido, apresentando sintomas de diarreia que começaram a aparecer no dia 1º de janeiro.
Medidas preventivas têm sido discutidas entre especialistas, incluindo o infectologista Evaldo Stanislau de Araújo, que advertiu sobre os riscos de infecções, especialmente após o contato com o mar. A análise do entorno e dos alimentos consumidos se faz essencial para evitar complicações. Araújo menciona que a contaminação pode ser causada por infraestruturas inadequadas de saneamento, que são um problema recurrente no litoral paulista.
Em resposta ao aumento de atendimentos relacionados a viroses, a Prefeitura de Guarujá anunciou que os horários das unidades de saúde foram estendidos até o dia 5 de janeiro, funcionando das 7h às 22h. Medidas de prevenção são fundamentais, e a orientação aos turistas é que tomem cuidado redobrado com a higiene dos alimentos e das mãos durante sua estadia na cidade.
Além de Guarujá, cidades vizinhas como Santos, Praia Grande e São Sebastião também estão registrando um aumento nos casos de sintomas gastrointestinais. O Governo de São Paulo já está tomando medidas para prevenir a propagação de doenças transmitidas por alimentos, especialmente durante os períodos de alta movimentação turística.
De acordo com os dados da Cetesb, 38 das 175 praias monitoradas no litoral estavam impróprias para banho, destacando a necessidade de estar atento às condições das águas e ao consumo de alimentos de procedência suspeita.