A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) trouxe uma edição de 2024 marcada por um clima de nostalgia e reflexões sobre a evolução do evento ao longo dos anos. As amigas Yone Rodrigues, de 69 anos, e Terê Fátima, de 68, frequentadoras fiéis da Flip, destacaram que este foi o ano com a menor presença de público que já testemunharam. No entanto, elas ressaltaram que o festival se tornou mais democrático: "Antes, o evento era muito elitizado. Observando, você percebe que havia uma falta de diversidade, com poucos nordestinos, negros e indígenas presentes. Porém, mesmo com menos participantes, a variedade de temas em debate é maior que em anos anteriores."

Durante uma das suas visitas, Yone e Terê aguardavam na fila para uma mesa na Casa de Cultura, onde roteiristas da série 'Cem Anos de Solidão', adaptação do clássico de Gabriel García Márquez, se reuniriam. As aposentadas também participaram de debates transmitidos pelo Telão na Praça da Matriz e exploraram a programação paralela, que, segundo elas, estava mais acessível.

Programação e Debates

A curadora Ana Lima Cecilio, que já esteve à frente do evento em edições passadas, anunciou que retornará para comandar a programação de 2025. Com debates que abrangiam não só a literatura, mas também questões sociais contemporâneas, este ano viu uma menor presença de grandes nomes internacionais, mas ainda assim fez sucesso entre autores de impacto, como o francês Édouard Louis, que foi a estrela principal, e a conversa vibrante entre Jeferson Tenório e Mohamed Mbougar Sarr.

Dentre as mesas mais aclamadas, houve um tributo a João do Rio, uma celebração à sua relevância na literatura brasileira, além da discussão sobre a escrita como forma de resistência frente a adversidades, com a presença do escritor palestino Atef Abu Saif e da gaúcha Julia Dantas.

Contudo, apesar de uma programação rica, ingressos com preços que chegavam a R$ 130 deixaram muitos assentos vazios em eventos mais elitizados, além de problemas na tradução simultânea durante algumas mesas. Embora a interação com o público tenha sido incentivada com a possibilidade de envio de perguntas durante as mesas no telão, a organização ainda encontra desafios para garantir acessibilidade nas discussões.

Off-Flip e Acesso a Novas Vozes

Enquanto a programação oficial parecia restringir o acesso a alguns, a 'Off-Flip' se destacou por promover eventos gratuitos e acessíveis. Vários autores que participaram do Auditório da Matriz também compareceram a eventos em casas de editoras e coletivos, promovendo um maior diálogo com o público. Nomes como Itamar Vieira Junior e Socorro Alcioli foram vistos na programação alternativa, que viu filas longas e entusiasmo dos leitores.

No entanto, não foram apenas flores. As editoras independentes expressaram descontentamento com mudanças_LOGO na disposição oficial deste ano, que as colocou em uma posição menos central no evento. Apesar do ambiente harmonioso, o feedback dos autores sobre suas experiências em Paraty revelou insatisfações que devem ser consideradas para futuras edições.

Livros Mais Vendidos

A Livraria da Travessa, responsável pelas vendas oficiais, vendeu 15 mil exemplares durante o evento. O autor mais comprado foi o homenageado João do Rio, cuja obra "A Alma Encantadora das Ruas" dominou o ranking, em diferentes edições. Luiz Antônio Simas também se destacou como coautor e participando de mesas relevantes.

Os best-sellers incluem ainda Édouard Louis e Mohamed Mbougar Sarr, entre outros, com a sul-coreana Han Kang, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, surpreendendo ao aparecer na lista entre os mais vendidos, mesmo sem participar do evento.

Os títulos mais procurados foram:: 1. **A Alma Encantadora das Ruas**, João do Rio (edição da Antofágica) Prepare-se, pois 2025 promete surpresas e mais acessibilidade! O que esperar da próxima edição da Flip? Fique ligado!