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Bíblia é considerada 'material escolar' e gera polêmica no Texas!

2024-11-21

Autor: Ana

Bíblia como Material Escolar no Texas

Recentemente, a Bíblia foi oficialmente indicada como material escolar em um ato promovido pelo governo do Texas, antecipando uma possível mudança de postura a partir da nova administração de Donald Trump. Entre as recomendações, o livro de Gênesis, que fala sobre a criação do mundo, poderia ser utilizado em aulas de redação, enquanto outras partes poderiam ser incorporadas em disciplinas de artes e línguas.

Polêmica e Oposição

No entanto, essa proposta gerou uma intensa polêmica. Oponente da medida argumentam que a inclusão da Bíblia nas escolas discrimina alunos de outras crenças, além de desconsiderar as necessidades de crianças provenientes de famílias ateias. A discussão está aquecida, e muitos educadores afirmam que isso fere o princípio da separação entre igreja e estado, além de comprometer a liberdade acadêmica.

Subsídios e Intenções

As escolas que decidirem adotar a Bíblia como material didático ainda receberão um subsídio estatal de US$ 60 por aluno, o que levanta questões sobre a real intenção por trás dessa iniciativa.

Apoio Governamental e Propostas de Lei

O governador republicano do Texas, Greg Abbott, é um forte apoiador dessa iniciativa e até deputados estaduais estão propondo uma lei que obrigaria todas as escolas a pendurarem os Dez Mandamentos nas salas de aula. As pressões por essa mudança começaram após o Texas ser pioneiro ao permitir a atuação de capelães religiosos em instituições de ensino público.

Reações de Entidades Educacionais

Por outro lado, entidades como a Federação Americana de Professores e a Texas Freedom Network expressaram sua oposição feroz. "Esses materiais não atendem a todos os alunos em todas as realidades e os professores devem ter liberdade para adaptar suas aulas às necessidades dos estudantes", afirmou a Federação. A Texas Freedom Network também alertou que a proposta tende a promover o cristianismo como a única religião relevante, o que não representa a diversidade religiosa presente nas escolas públicas do Texas.

Defensores da Inclusão da Bíblia

Defensores da proposta, como Glenn Melvin, alegam que a leitura de passagens bíblicas não irá converter ninguém, e que muitos estudiosos da Bíblia não são cristãos. Para eles, a inclusão da Bíblia nas aulas visa ampliar o conhecimento sobre a religião e suas tradições.

Contexto Nacional

Importante destacar que essa proposta do Texas não é um caso isolado. Nos últimos anos, o nacionalismo cristão americano tem ganhado força, especialmente durante as eleições que resultaram na vitória de Trump. Grupos religiosos mobilizaram apoio para o republicano, numa estratégia que os líderes religiosos alegam necessitar de reconhecimento em retorno.

Censura e Legislação Escolar

Entretanto, essa ofensiva ocorre em um contexto de crescente censura de livros nos Estados Unidos. De acordo com a Pen America, no ano letivo de 2023-2024, cerca de 10 mil títulos foram banidos, um número alarmante que revela uma guerra cultural efetiva. A pressão da extrema direita sobre educadores e instituições escolares tem resultado em legislações que facilitam o banimento de obras consideradas inadequadas.

Legislações em Outros Estados

As leis em estados como a Flórida e Iowa, que justificam a exclusão de certos livros sob o pretexto de proteger crianças, foram implementadas para permitir que diretores escolares decidam sobre o que é apropriado ou não. No caso de Iowa, por exemplo, a nova legislação proíbe qualquer menção a atos sexuais, o que exclui praticamente todo o debate sobre gênero e sexualidade do currículo escolar.

Liberdade de Expressão e Educação

Esse cenário, portanto, levanta questões cruciais sobre a liberdade de expressão e a educação em um ambiente cada vez mais polarizado e controlado.