
Bitcoin caminha para o pior primeiro trimestre em 5 anos; entenda o que ocorreu e as previsões futuras!
2025-03-26
Autor: Fernanda
O Bitcoin (BTC) está se preparando para registrar o pior primeiro trimestre em cinco anos, conforme dados da CoinGlass. Em um cenário desafiador, a maior criptomoeda do planeta, com capitalização de impressionantes US$ 1,7 trilhão, viu seu valor cair 6,30% nos primeiros três meses de 2025, estabelecendo-se na faixa de US$ 87 mil. Essa queda supera as perdas combinadas dos três principais índices de ações dos Estados Unidos no mesmo período.
Segundo analistas, diversos fatores contribuíram para essa oscilação negativa, com destaque para a postura controversa do presidente dos EUA, Donald Trump. Embora tenha tentado criar um ambiente regulatório mais acolhedor para as criptomoedas com iniciativas como o perdão a Ross Ulbricht, Trump também impactou os mercados com sua política comercial volátil e declarações contraditórias sobre política monetária, resultando em uma aversão generalizada ao risco, afirmam especialistas como Fabrício Tota, vice-presidente de Novos Negócios do MB.
Além disso, a estratégia do Federal Reserve (Fed) também tem influenciado bastante o setor cripto. Neste início de mês, a taxa de juros continua entre 4,25% e 4,50%, em um contexto de preocupação com a inflação persistente. Ana de Mattos, analista da Ripio, aponta que isso inibe o interesse em ativos de maior risco, como o Bitcoin, favorecendo investimentos em renda fixa.
Apesar da recente queda, analistas afirmam que o comportamento do Bitcoin ainda se alinha com ciclos típicos de alta. "Nenhum ativo apresenta alta linear; correções entre 25% e 30% são comuns em um bull market", explica Rafael Bonventi, da Bitget. Desde que atingiu seu pico histórico de US$ 109 mil em janeiro, o Bitcoin já teve um retrocesso de 19,27%, distante de ser a maior correção em sua trajetória. Historicamente, a criptomoeda já enfrentou pelo menos 16 correções significativas, de até 85%, antes de retomar sua valorização.
Para os próximos meses, as expectativas giram em torno de uma recuperação gradual. Considera-se que cortes nas taxas de juros nos EUA podem favorecer ativos de risco como as criptomoedas. Em sua última reunião, o Fed indicou a possibilidade de duas reduções ao longo de 2025, o que pode gerar maior interesse por parte de investidores.
Outro fator positivo é a crescente entrada de investidores institucionais por meio de ETFs de Bitcoin à vista, aprovados nos EUA. Tota destaca que esse fluxo ainda está em estágio inicial, mas deve ganhar força à medida que a clareza regulatória aumenta e gestoras também consideram alocar parte de seus portfólios em criptoativos.
No aspecto técnico, Ana de Mattos identificou um suporte de médio prazo para o Bitcoin na região dos US$ 75.900. Se a criptomoeda conseguir atrair novos fluxos de compra, os preços podem retornar para a faixa dos US$ 94.840. Já Rafael Bonventi projeta três possíveis cenários para o preço do Bitcoin entre março e junho: se o mercado sofrer mais correções, o suporte principal estaria entre US$ 60 mil e US$ 65 mil. Caso contrário, se o Bitcoin se consolidar, os preços poderiam oscilar entre US$ 70 mil e US$ 80 mil.
Em suma, o cenário atual é desafiador, mas o mercado cripto pode surpreender com novidades e reverter a tendência ao longo do ano, especialmente se cortes de juros ocorrerem e se a participação institucional continuar a crescer.