O Bitcoin (BTC) conseguiu amenizar as significativas perdas que enfrentou nas primeiras horas desta sexta-feira (20), onde a criptomoeda chegou a ter uma queda de quase 16% desde seu recorde histórico registrado no início da semana. A desvalorização foi impulsionada pela diminuição das expectativas de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, resultando em um enfraquecimento do apetite especulativo dos investidores.

Os mercados financeiros experimentaram um impulso positivo após a divulgação do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE) dos EUA, que é a métrica preferida do Federal Reserve (Fed) para avaliar a inflação. O PCE mostrou um aumento de apenas 0,1% em novembro na comparação mensal, e, em termos anuais, apresentou uma alta de 2,4%, ligeiramente abaixo da expectativa de 2,5% do mercado, mas ainda superando a meta de 2% definida pelo Fed.

Depois de cair para US$ 92.222 por volta das 9h15, o Bitcoin recuperou parte das quedas e, às 11h40, estava sendo negociado por pouco menos de US$ 96 mil, mantendo-se a pouco mais de 12% abaixo da máxima de US$ 108 mil.

Nos últimos dias, um grupo de ETFs nos EUA, que investe diretamente em Bitcoin, registrou uma saída líquida recorde de US$ 680 milhões, conforme dados da Bloomberg, rompendo uma sequência de 15 dias de entradas consecutivas.

De acordo com Strahinja Savic, chefe de dados da FRNT Financial, “é bastante comum observar correções desse tipo em mercados de alta”. A QCP Capital também destacou que a principal razão para a recente correção foi o posicionamento “excessivamente otimista” do mercado.

A abordagem mais cautelosa do Federal Reserve, que indicou possíveis aumentos nas taxas de juros, exerceu pressão sobre a maioria dos ativos de risco. No entanto, o Bitcoin ainda acumula uma impressionante alta de quase 50% desde a vitória de Donald Trump, a favor das criptomoedas, nas eleições presidenciais dos EUA em 5 de novembro.

“Parece ser uma realização de lucros típica de fim de ano”, comentou Edward Chin, da Parataxis. “Não houve nada de fundamental que tivesse desencadeado a liquidação.”

Com o cenário atual e a perspectiva de menos cortes nas taxas de juros pelo Fed até 2025, alguns investidores podem estar ajustando sua exposição e realizando lucros. Chris Weston, chefe de pesquisa do Pepperstone Group, alertou que a "cautela é recomendada no curto prazo". "Isso não significa que veremos um colapso de preços em breve, mas o momentum claramente perdeu força, e os compradores já não detêm o controle sobre os preços.”

No mundo das criptomoedas, a volatilidade é uma constante e, enquanto investidores buscam novas oportunidades, a situação atual do Bitcoin pode ser um indicativo de um momento de transição no mercado.

Além disso, o interesse em Bitcoin e outras criptomoedas continua a crescer, com o aumento das discussões sobre regulamentações no âmbito global. As expectativas em torno das próximas movimentações do Federal Reserve e a iminente adoção de criptoativos por empresas majoritárias são fatores que prometem intensificar ainda mais essa volatilidade.