Neste domingo (15), o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou um financiamento de R$ 1,1 bilhão destinado à exportação de oito aviões da Embraer para a empresa americana Azorra, que é reconhecida na aquisição e arrendamento de aeronaves para companhias aéreas comerciais.

Os jatos que serão exportados são da família E2, incluindo os modelos E190-E2 e E195-E2, já presentes na carteira de encomendas da Embraer. Esta é a terceira vez que o BNDES financia a exportação de aeronaves da Embraer para a Azorra.

O financiamento vai cobrir parte do investimento total da Azorra na compra desses aviões e será realizado por meio do crédito BNDES Exim Pós-embarque, com desembolsos feitos em reais no Brasil, enquanto a Azorra se compromete a pagar em dólares ao BNDES, gerando assim divisas para o Brasil.

O governo Lula (PT) é um defensor ativo de uma atuação mais forte do BNDES como financiador de projetos econômicos, embora essa abordagem seja objeto de críticas por parte de analistas que temem um possível inchaço da instituição e a repetição de práticas antigas de gestões passadas.

Em resposta, a liderança do BNDES tem reafirmado que sua prioridade é focar em áreas essenciais como inovação e transição energética. Em 2023, o banco financiou a exportação de 56 aeronaves da Embraer para diferentes regiões, incluindo as Américas, Europa e Ásia, além de firmar novos contratos para aviões comerciais e militares.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que a instituição também está apoiando projetos inovadores como o carro voador desenvolvido pela Eve, uma subsidiária da Embraer, que visa consolidar a presença do Brasil no setor de mobilidade urbana avançada.

"Esses financiamentos demonstram a eficácia e transparência da atuação do BNDES, que ao longo da história já apoiou a produção de mais de 1.300 aviões da Embraer", assegurou Mercadante.

Antonio Carlos Garcia, vice-presidente-executivo financeiro da Embraer, mencionou que a empresa está expandindo sua presença no mercado global dos jatos da família E2, enfatizando a importância do apoio financeiro dessas instituições para garantir competitividade.

Além disso, esta operação do BNDES será a primeira a ter garantia do seguro de crédito privado da Itasca, que oferece cobertura integral do crédito ao longo de toda a operação.

"O setor aeronáutico é estratégico, não apenas por seu alto valor agregado em tecnologia e inovação, mas também pela capacitação da mão de obra. Em média, 30% do que a Embraer exporta conta com o financiamento do BNDES, um instrumento fundamental para o crescimento e competitividade da empresa no mercado internacional", completou José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo do BNDES.

Com essa iniciativa, o BNDES não apenas consolida a presença da Embraer no mercado global, mas também reforça o papel essencial do financiamento público no estímulo ao desenvolvimento econômico e tecnológico do país.