A Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas sob suspeita de tentar um golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder após as eleições de 2022, que resultaram na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entre os indiciados estão o general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente, e o general Augusto Heleno, que liderou o Gabinete de Segurança Institucional durante o mandato de Bolsonaro. O relatório final da investigação foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que classifica os indiciados como responsáveis por crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

O indiciamento ocorre quando há indícios suficientes para que uma pessoa se torne réu em um processo penal. Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR), sob a direção de Paulo Gonet, avaliará as provas e decidirá se formaliza uma denúncia. Caso uma denúncia seja feita, caberá ao STF decidir se a ação prossegue. O inquérito, cuja análise está em sigilo, ficou sob a responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, que deve reencaminhá-lo à PGR em breve.

Essa movimentação ocorre em meio a investigações da PF sobre uma operação que prendeu cinco pessoas por tramarem um golpe e assassinatos direcionados a Lula, ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao ministro Alexandre de Moraes. A PF afirma que obteve evidências significativas ao longo de quase dois anos de investigação, utilizando quebra de sigilos bancário e telefônico, além de colaboração premiada.

Os indiciados foram organizados em núcleos que abrangem desinformação, incitação militar, assessoria jurídica, apoio operacional, entre outros. A PF finaliza sua investigação, que expôs um esforço coordenado para tentar desestabilizar a democracia brasileira em um período crucial.

O ex-presidente Bolsonaro, que já enfrentou outros indiciamentos neste ano, associou o inquérito a uma perseguição política e criticou a condução do ministro Alexandre de Moraes. De acordo com análises, o país esteve muito próximo de um golpe em 2022.

A mobilização de grupos radicais e possíveis planos de golpe podem ter raízes nos eventos do dia 8 de janeiro de 2023. Nesse dia, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, propondo intervenções militares e agindo com violência.

A repercussão internacional sobre o indiciamento tem sido intensa, com veículos como o New York Times e o El País destacando a gravidade da situação e a tentativa de subversão da democracia no Brasil. As investigações continuam, à medida que novos desdobramentos surgem e a situação política no país se torna cada vez mais tumultuada.