O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou em cena na última terça-feira (1º de abril de 2025) para defender a líder do partido de direita francês Reagrupamento Nacional, Marine Le Pen, que recentemente foi condenada por corrupção no caso de desvio de fundos do Parlamento Europeu. Essa condenação, que também atingiu outros oito ex-eurodeputados, torna Le Pen inelegível por cinco anos.

Em sua publicação no X (ex-Twitter), Bolsonaro, que enfrenta sua própria inelegibilidade até 2030 segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), elogiou o crescimento de partidos de direita em todo o mundo, criticando os métodos da esquerda brasileira e francesa. Ele comparou a situação da política francesa à opressão que a opositora Maria Corina vem enfrentando na Venezuela sob o regime de Nicolás Maduro, que a impediu de concorrer em eleições.

"O crescimento da direita é uma realidade global. A esquerda, tanto na França quanto no Brasil, tem recorrido ao Lawfare e ao ativismo judicial para buscar vitórias eleitorais sem oposição", escreveu Bolsonaro. Ele desejou que Le Pen superasse a perseguição que enfrenta para poder concorrer novamente às eleições francesas em 2027, onde já se considera uma forte candidata, à frente de Edouard Philippe (Horizonte, centro-direita) e Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa, esquerda), conforme pesquisas recentes.

Bolsonaro expressou seu apoio: "O povo é quem decide quem será o presidente da França em 2027. Estamos ao seu lado, senhora Le Pen! Viva a liberdade! Viva a França! Viva o Brasil!"

A CONDENAÇÃO

Marine Le Pen e outros 24 réus foram acusados de desvio de cerca de 3 milhões de euros do Parlamento Europeu, dinheiro que supostamente foi destinado ao pagamento de funcionários do partido entre 2012 e 2016, período em que Le Pen atuava como eurodeputada. Os réus assinaram contratos fictícios, sendo investigado um possível "sistema" dentro do partido que facilitou esse desvio de verbas.

"Estabeleceu-se que essas pessoas trabalhavam realmente para o partido, sem que seus deputados tivessem lhes confiado tarefas reais", afirmou a presidente do tribunal, Bénédicte de Perthuis. O escândalo revela um quadro alarmante de corrupção que levanta questões sobre a transparência na política europeia e a integridade dos partidos.

Com a condenação, Le Pen não poderá concorrer nas eleições por um período significativo, o que levanta discussões sobre a influência de eventos jurídicos nas disputas políticas. A juíza destacou que a questão não se tratava de um erro administrativo, mas sim de apropriação indevida em um sistema que deveria ser mais rigoroso para evitar tais abusos.

Esses desdobramentos não apenas afetam a carreira política de Le Pen, mas também podem impactar a dinâmica das eleições na França e a ascensão de partidos de direita na Europa. A visão de Bolsonaro, ao reafirmar seu apoio a Le Pen, sugere uma tentativa de unir forças entre políticos de direita perante os altos desafios impostos pela esquerda atual.