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Brasileiros em Pânico nas Universidades Americanas Após Novas Medidas de Trump

2025-03-31

Autor: Pedro

A situação das universidades nos Estados Unidos se tornou crítica para estudantes internacionais, especialmente para os brasileiros, após o endurecimento das políticas de imigração do governo Trump. No terceiro ano do doutorado na Universidade de Michigan, Pedro, de 30 anos, deveria estar focado em sua tese e atividades acadêmicas, mas vive agora em constante temor de ser detido e deportado.

Com visto de estudante e nenhuma passagem criminal, Pedro se preocupa especialmente após sua participação em protestos a favor da Palestina, uma ação que o colocou na mira das autoridades. Recentemente, houve uma série de detenções de estudantes estrangeiros, incluindo o palestino Mahmoud Khalil da Universidade Columbia e a doutoranda turca Rumeysa Ozturk, que foram presos por suposta ligação a atividades consideradas ilegais pelo governo.

A pressão para calar vozes dissidentes é evidente, com Trump sustentando que qualquer crítica a Israel se configura como antissemitismo. O governo retirou recentemente milhões de dólares em financiamento de instituições que não se alinham a suas novas diretrizes, como foi o caso da Universidade Columbia.

Rafael, um brasileiro de 29 anos que estudou com Khalil, relata um clima de "pânico" no campus da Columbia, onde estudantes e professores americanos também se sentem ameaçados, sentindo necessidade de autocensura em suas expressões. O receio se alastra; uma recente ligação que Rafael recebeu, supostamente do serviço de imigração, em que lhe disseram que um pacote ilegal teria sido enviado a ele, amplificou sua ansiedade, mesmo que ele ache que tenha sido apenas uma brincadeira de mau gosto.

Frente a esse cenário, muitas universidades têm alertado seus alunos sobre os riscos de viagens internacionais, que podem resultar em expulsões permanentes. Advogados e instituições de ensino têm disponibilizado orientações sobre como agir caso sejam abordados pelas autoridades.

Além dos impactos psicológicos, a incerteza também afeta a vida acadêmica, pois muitos pesquisadores temem não conseguirem mais voltar ao país após realizarem pesquisas fora dos EUA, o que compromete projetos e colaborações.

Ao mesmo tempo, a Associações de Estudos do Oriente Médio (MESA) expressou preocupações sobre seu congresso anual em Washington, diante da impossibilidade de muitos pesquisadores conseguirem ingresso nos Estados Unidos.

A luta pela liberdade de expressão e o direito de protesto se intensifica, mas o medo de represálias faz com que alguns estudantes optem por se manter em silêncio, enquanto outros resistem e continuam a exigir seus direitos. Essa atmosfera de tensão nas universidades americanas levanta questões sérias sobre o futuro acadêmico e pessoal de muitos brasileiros e imigrantes que buscam construir suas vidas no exterior.