Convidados de Peso no Evento da MSC

Recentemente, duas figuras-chave do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) participaram de uma festa de inauguração de um terminal de cruzeiros da gigante MSC em Miami, enquanto estavam em meio à avaliação de uma polêmica aquisição bilionária.

Momentos de Coincidência ou Conflito?

O presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, e o superintendente geral, Alexandre Barreto, confirmaram que estiveram presentes no evento realizado no último sábado. Cordeiro enfatizou que o Cade está de olho no setor e que muitos casos estão em análise, mas garantiu que 'nenhum custo foi pago pela empresa'.

Barreto, por sua vez, destacou que sua presença no evento foi uma coincidência, já que ele já tinha uma escala programada em Miami. 'Só haveria conflito de interesse se houvesse alguma vantagem', afirmou, assegurando que não houve custeio das passagens ou hospedagem.

Convite e Afastamentos em Questão

De acordo com documentos obtidos, o convite para a inauguração do MSC Miami Cruise Terminal foi enviado pela família Aponte-Vago, controladora do grupo, a Cordeiro no início de fevereiro. Em seguida, ele solicitou afastamento entre 26 de março e 6 de abril para participar de uma série de eventos, incluindo a comemoração em Miami.

Aquisição Bilionária no Radar

É relevante notar que, enquanto Cordeiro e Barreto estavam envolvidos com esses eventos sociais, o Cade também estava analisando a aquisição de R$ 4,352 bilhões da empresa brasileira Wilson Sons pela MSC. Esta transação, que envolve um percentual significativo da companhia, foi formalmente apresentada ao Cade em dezembro do ano passado.

Wilson Sons, uma empresa com uma longa história desde sua fundação em 1837, atua no setor de rebocadores e suporte a plataformas de petróleo.

Próximos Passos e Implicações

A operação está agora em fase de análise pelo Cade e pela Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário), e a aprovação está prevista para o dia 14 de março de 2025, data que coincide com a previsão de que o negócio será concluído.

Esses acontecimentos levantam questões sobre a transparência e a ética nas relações entre autoridades regulatórias e o setor privado. O que realmente está em jogo na interação entre Cade e MSC?