Caged: Criação de 132,7 mil postos de trabalho em outubro - Uma Análise do Mercado de Trabalho
2024-11-27
Autor: Carolina
A criação de empregos formais no Brasil registrou uma queda significativa em outubro, conforme os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. No último mês, foram abertos apenas 132.714 postos de trabalho com carteira assinada, um número alarmante que representa o menor volume registrado desde 2020. Quando comparamos com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 30,3%, quando 190.366 vagas haviam sido criadas.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, atribuiu essa desaceleração à alta nas taxas de juros, que afetam diretamente o setor produtivo e o consumo das famílias. Marinho enfatizou a necessidade de um olhar mais atento do Banco Central aos indicadores macroeconômicos para evitar essa perda de ritmo no crescimento do emprego. "Acredito que a transição feita pelo Banco Central poderá contribuir para a reversão desse quadro, mas precisamos de ações mais ágeis e eficazes", afirmou durante a coletiva.
Em um panorama mais amplo, nos dez primeiros meses de 2023, o Brasil criou um total de 2.117.473 vagas, um aumento de 18,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este é o melhor desempenho acumulado desde 2022, quando foram gerados 2.341.665 postos de janeiro a outubro. O novo método de cálculo do Caged impede, no entanto, comparações diretas com anos anteriores a 2020.
Analisando por setores, a criação de emprego foi liderada pelos serviços, que geraram 71.217 novos postos, enquanto o comércio trouxe 44.297 oportunidades. Por outro lado, o setor industrial, embora tenha contribuído positivamente com 23.729 postos, também apresentou um desempenho aquém das expectativas. A construção civil sofreu uma leve retração, com o fechamento de 767 vagas, e a agropecuária perdeu 5.757 vagas devido ao término de safra.
Dentre os destaques, o setor de informação e comunicação, juntamente com atividades financeiras e administrativas, demonstrou um crescimento robusto, adicionando 41.646 novos empregos. Infelizmente, a administração pública, defesa e seguridade social, e setores ligados à educação e saúde, embora tenham gerado 10.698 novas vagas, também enfrentam desafios de financiamento que podem impactar futuros contratos.
Em termos regionais, todas as cinco regiões do Brasil contribuíram para a criação de empregos formais. O Sudeste foi a região mais ativa, com 65.458 novos postos, seguido pelo Sul, que gerou 34.372. O Nordeste também teve um desempenho positivo com 18.345 novas vagas, enquanto o Norte e o Centro-Oeste somaram 7.349 e 4.457 respectivamente, este último sentindo os efeitos do fim da safra.
No que diz respeito às unidades federativas, 24 dos 27 estados apresentaram um saldo positivo em empregos. São Paulo liderou a criação de vagas com 47.255 novos postos, seguido pelo Rio Grande do Sul, que fez uma recuperação significativa após fortes enchentes, e pelo Rio de Janeiro. No entanto, a Bahia, Mato Grosso e Goiás enfrentaram fechamento de vagas, o que evidencia a desigualdade no desempenho entre os estados.
Assim, novas estratégias e políticas devem ser implementadas para garantir que o ritmo de criação de empregos possa ser sustentado e que os setores mais afetados possam se recuperar adequadamente.