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Campos Neto: Brasil Necessita de Medidas Fiscais Eficazes para Reduzir Juros

2024-10-01

Autor: Fernanda

Campos Neto alerta sobre a necessidade de um choque fiscal positivo

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou nesta terça-feira que o Brasil irá precisar implementar um programa que transmita a impressão de um choque fiscal positivo para viabilizar a redução das taxas de juros. Durante um evento promovido pela gestora Crescera Capital em São Paulo, Campos Neto destacou que as incertezas do mercado sobre a trajetória da dívida pública dificultam a implementação de políticas que possam levar a juros menores.

Importância da harmonia entre políticas fiscal e monetária

Ele explicou que a escolha por juros 'artificialmente mais baixos', sem um suporte sólido nas contas públicas, pode resultar em um ajuste através de inflação no médio prazo, reiterando a necessidade de harmonia entre as políticas fiscal e monetária. Segundo ele, “em algum momento, o Brasil terá que desenvolver um programa que crie a percepção de um choque fiscal positivo se realmente quisermos conviver com taxas de juros reduzidas”.

Aumento da taxa Selic pelo Banco Central

Em setembro, o Banco Central iniciou um novo ciclo de alta na taxa Selic, elevando-a em 0,25 ponto percentual, agora estabelecida em 10,75% ao ano. Campos Neto ressaltou que a transparência e a credibilidade nas políticas fiscais são essenciais nesse contexto, afirmando que “questionamentos do mercado em relação à trajetória da dívida tornam muito mais difícil a convivência com juros baixos, fazendo com que a curva de juros longa suba rapidamente”.

Críticas ao financiamento de despesas públicas

Ele também criticou a prática de promover juros artificiais baixos sem as devidas garantias fiscais, mencionando que isso geralmente resulta em uma transferência de recursos, prejudicando os mais vulneráveis em favor de aqueles que conseguem se proteger da inflação.

Previsões alarmantes sobre a dívida pública

Em uma previsão alarmante, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, indicou que a dívida bruta do governo poderá alcançar 81% do PIB até 2028, um patamar superior ao que a equipe econômica havia estimado ao aprovar o novo arcabouço fiscal. O governo tem sido alvo de críticas por utilizar 'soluções criativas' para aumentar a arrecadação fiscal, como a proposta de financiar o auxílio-gás para famílias carentes fora do orçamento, e o uso de fundos privados para custear políticas públicas.

Afrouxamento nas medidas de contenção orçamentária

Além disso, houve um afrouxamento nas medidas de contenção orçamentária, com o governo argumentando que as projeções apontam para uma receita superior à esperada, justificada pela necessidade de compensar os aumentos nas despesas obrigatórias. A restrição de verbas foi reduzida de 15 bilhões para 13,3 bilhões de reais.

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