Um trem de carga da MRS Logística descarrilou na estação Brás, no centro de São Paulo, e mais de 17 horas após o acidente, ainda não havia sido removido, causando interrupções significativas na circulação de trens. O acidente, que aconteceu por volta das 2h10 da madrugada de quarta-feira (18), impactou as operadoras das Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM, afetando cerca de 700 mil pessoas diariamente.

As operações das linhas interrompidas resultaram em uma verdadeira calamidade nas estações, que ficaram superlotadas. Na estação Brás e nas adjacentes, os passageiros eram forçados a esperar longas horas, enfrentando empurrões e brigas por um espaço para embarcar nos trens, o que levou até a casos de desmaios devido ao calor e à aglomeração.

O trem de carga, que transportava bauxita do Rio de Janeiro para Alumínio, no interior de São Paulo, está sendo investigado quanto à causa do descarrilamento. Especialistas em transportes apontam que a falta de manutenção adequada nas vias e o peso excessivo da carga podem ter contribuído para o acidente. Paulo Brocchetto Júnior, engenheiro especialista no assunto, alertou sobre a importância da manutenção preventiva dos trilhos para evitar incidentes como este.

As dificuldades não se limitaram ao descarrilamento, já que o Expresso Aeroporto, que conecta os passageiros ao aeroporto de Guarulhos, também teve sua circulação temporariamente suspensa, voltando apenas às 7h da manhã.

Por volta das 16h, equipes da MRS e da CPTM ainda trabalhavam para remover o trem e descobrir a extensão dos danos. Em resposta à crise, a CPTM mobilizou 57 ônibus para atender os passageiros entre as estações Brás e Tatuapé e liberou integrações com o Metrô nas estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera.

À medida que a situação se normaliza lentamente, muitos se perguntam: será que aprendemos com os erros do passado? Em dezembro de 2022, um incidente semelhante envolvendo um trem da MRS que transportava bobinas de aço ocorreu, levantando questões sobre a segurança nas operações ferroviárias no estado.

Enquanto as investigações estão em andamento, a CPTM explora opções para garantir a recuperação rápida e segura das operações, mas sem uma previsão clara de retomada total. A situação destaca a necessidade urgente de um olhar crítico sobre a infraestrutura ferroviária no Brasil, especialmente com o aumento constante do volume de cargas e passageiros.