Nos últimos anos, uma verdadeira revolução está se desenrolando no investimento ambiental, impulsionada por nomes poderosos como Bill Gates, Jeff Bezos e Masayoshi Son, que se reuniram em Londres para discutir como suas fortunas podem ajudar a salvar o planeta. Mas, o que realmente está chamando a atenção nesse cenário? A captura de carbono!

A tecnologia de captura e remoção de CO2 da atmosfera está ganhando destaque, prometendo não apenas ajudar a combater as mudanças climáticas, mas também se tornar um dos setores mais lucrativos da próxima década. Desde 2018, mais de 5 bilhões de dólares foram investidos em mais de 800 empresas nessa área, segundo o banco de investimentos Jefferies. Essa é uma sinalização clara de que os investidores acreditam que a captura de carbono será a solução ambiental do futuro, assim como o ouro foi para muitos no passado.

Considerada a "maior oportunidade que já vi em 20 anos de capital de risco", nas palavras de Damien Steel, CEO da canadense Deep Sky, a corrida pela captura de carbono já atraiu gigantes como Microsoft, Google e British Airways, que comprometeram 1,6 bilhão de dólares para a compra de créditos de captura. E não para por aí: estudos da McKinsey indicam que esse mercado pode alcançar até 1,2 trilhão de dólares até 2050!

Entretanto, a realidade é que a tecnologia ainda está longe de ser comprovada em larga escala. Existem, atualmente, apenas algumas dezenas de instalações operacionais, e mesmo as maiores delas capturam uma fração irrisória das emissões de CO2. De acordo com Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, "não devemos contar com essa tecnologia como solução mágica". Para ele, a prioridade deve ser eliminar rapidamente a dependência de combustíveis fósseis.

Além disso, um relatório da ONU lançou dúvidas sobre as capacidades atuais da captura de carbono, classificando-a como tecnologicamente e economicamente não comprovada. E, como se isso não fosse suficiente, críticos afirmam que a aposta nessa tecnologia pode ser uma distração perigosa que perpetua práticas nocivas ao meio ambiente.

Por outro lado, um consórcio de empresas, incluindo Stripe e J.P. Morgan, está comprometido em investir mais de 1 bilhão de dólares na captura de carbono. Enquanto isso, os investidores continuam a alimentar a esperança de que, apesar das incertezas, a indústria se tornará uma solução viável e econômica conforme a tecnologia e as regulações evoluam.

Embora o entusiasmo ainda seja alto, a realidade do setor é que a oferta é muito inferior à demanda, com apenas 4% das necessidades sendo atendidas atualmente. Isso significa que o caminho à frente está repleto de desafios. No entanto, investidores, com a inabalável esperança de que alguns deles se tornarão ‘gênios’ ao longo do caminho, continuam a apoiar novas startups, conscientes de que, em um setor tão instável, muitas falharão enquanto algumas podem se destacar e trazer retornos financeiros expressivos.

Portanto, a captura de carbono não é apenas uma questão ambiental: é a nova corrida do ouro! Este setor está pronto para ser esculpido por mentes inovadoras e investidores ávidos, que acreditam firmemente na possibilidade de unir lucro e preservação ambiental. No final das contas, o futuro do planeta e da indústria pode muito bem depender desses investimentos audaciosos.