Líderes europeus se unem contra as interferências de Musk: O que está em jogo?
2025-01-06
Autor: Maria
Em um movimento rápido, líderes de Alemanha, França e Reino Unido se uniram para condenar as intromissões de Elon Musk na política europeia. Olaf Scholz, Emmanuel Macron e Keir Starmer reagiram a uma série de ataques do bilionário, que tem apoiado ativamente a extrema direita no continente.
Nos últimos dias, Musk fez declarações polêmicas em suas redes sociais, pedindo a deposição dos governos da Alemanha e do Reino Unido e chamando o presidente alemão de tirânico. Além disso, ele incentivou o apoio a partidos de extrema direita e exigiu a libertação de Tommy Robinson, um ultranacionalista no Reino Unido, destacando suas recentes críticas à anulação de um pleito na Romênia, que envolveu um populista favorável à Rússia.
Em resposta, Macron, embora não tenha sido diretamente atacado, se posicionou em apoio aos seus colegas. "Se alguém tivesse previsto que o dono de uma das maiores redes sociais do mundo apoiaria um movimento reacionário e interferiria nas eleições da Europa, quem teria acreditado?", questionou o presidente francês durante uma reunião com embaixadores, enfatizando a necessidade de fortalecer as regras internacionais num mundo cada vez mais desordenado.
Ele citou a Romênia como um exemplo da manipulação russa nas eleições, revelando que autoridades locais identificaram intervenções massivas através do TikTok. A mensagem de Macron deixou claro que a Europa precisa de uma resposta unificada contra esses "impulsos imperiais".
A crítica de Scholz foi igualmente incisiva. Ele alertou que não se deve “alimentar a trolagem” de Musk, mencionando que os sociais-democratas estão acostumados a lidar com bilionários da mídia que têm aversão à política social-democrata. Musk não hesitou em insultar Scholz, referindo-se a ele como "idiota incompetente". Mesmo a oposição lamentou as ações de Musk, mesmo que algumas facções tenham tentado não diretamente confrontá-las.
Assim como fez com Donald Trump nos EUA, Musk se tornou um aliado da política extrema direita alemã, apoiando a líder da AfD, Alice Weidel, com quem prevê uma entrevista na próxima semana, poucos dias antes das eleições alemãs marcadas para 23 de fevereiro.
No Reino Unido, a situação não é menos tensa. Além de suas críticas a Starmer, Musk se engajou em campanhas polêmicas, desafiando o rei Charles a dissolver o Parlamento. Starmer, já sob pressão devido a alegações de passividade em casos de abuso sexual durante sua gestão anterior, observou que "Musk ultrapassou os limites".
As reações na Europa acontecem em um contexto de tensão política, exatamente no momento em que há uma expectativa pela posse de Trump nos EUA. Isso levanta questões sobre se a retórica de Musk é apenas um reflexo de seu ativismo digital ou se ele também está agindo como um agente de seu amigo e aliado político. O bilionário, que está na equipe de Trump, foi encarregado de criar um programa de eficiência para a nova administração republicana. O futuro da política europeia parece totalmente em jogo com a interferência de Musk e sua rede de influências.