Um casal da Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, foi sentenciado a longas penas de prisão por ter cometido atos atrozes contra seus cinco filhos adotivos negros. Na última quarta-feira (19), Jeanne Whitefeather, de 63 anos, e Donald Lantz, de 62 anos, foram considerados culpados de tráfico humano de menores, uso de trabalho forçado infantil, negligência grave e abuso infantil.

O tribunal determinou que Whitefeather poderia enfrentar até 215 anos de prisão, com possibilidade de liberdade condicional após 49 anos, enquanto Lantz recebeu uma sentença de até 160 anos, podendo pleitear liberdade condicional após 36 anos.

Durante o julgamento, foi revelado que o casal mantinha as crianças trancadas em um galpão e as forçava a realizar trabalhos pesados. A juíza Maryclaire Akers sublinhou que o casal se mudou para a região em busca de um local isolado para perpetuar seus abusos, mas se deparou com uma sociedade que não tolera violência e exploração infantil.

Os promotores afirmaram que Whitefeather usava linguagem racista ao se referir às crianças, contribuindo ainda mais para a atmosfera de abuso. As crianças, que atualmente têm 18, 16, 13, 10 e 9 anos, foram adotadas em Minnesota em 2018 e viveram em Washington antes de se mudarem para o condado de Kanawha em maio de 2023.

Os abusos vieram à tona quando vizinhos denunciaram à polícia, informando que as crianças estavam sendo maltratadas e até trancadas por dias em um celeiro. Em uma das visitas, a polícia encontrou dois adolescentes em um cômodo estreito sem acesso a água corrente, e um deles revelou que estavam sem comida havia quase 12 horas.

As crianças dormiam em condições deploráveis, colocadas no chão de concreto. Os promotores relataram que eram alimentadas de forma inadequada, recebendo apenas sanduíches de manteiga de amendoim e um jarro de água. Além disso, elas eram submetidas a trabalhos forçados, como carregar baldes e puxar grama.

As filmagens de segurança mostraram outros filhos do casal sendo obrigados a ficar de pé, com as mãos na cabeça, para evitar que adormecessem. Um grande júri do condado de Kanawha indiciou o casal em maio de 2024, adicionando mais acusações relacionadas ao abuso das crianças.

Três das crianças vítimas testemunharam contra os pais adotivos, e o mais velho, de 18 anos, expressou sua indignação durante a sentença, chamando Whitefeather de monstro. Os promotores elogiaram a resiliência das crianças, afirmando que elas possuíam um potencial incrível para superar as adversidades. "Elas são inteligentes e engraçadas, e estão destinadas a fazer coisas incríveis neste mundo", disse Madison Tuck, advogado da promotoria.

Este caso chocante destaca a necessidade urgente de proteção infantil e de medidas mais rigorosas contra o abuso, especialmente em famílias adotivas. É um chamado à ação para que todos os envolvidos na adoção estejam bem informados e preparados para garantir o bem-estar das crianças que estão sob seus cuidados.