Carlos Tavares, CEO da Stellantis, decidiu se afastar de suas funções após uma significativa redução nos lucros e uma desaceleração nas vendas, particularmente nos Estados Unidos, onde a fabricante de SUVs Jeep e veículos Fiat está enfrentando desafios sérios. As informações foram reveladas por fontes que pediram anonimato devido ao caráter sensível da situação.

Uma confirmação oficial da saída de Tavares deve ocorrer ainda neste domingo (1º de outubro). A Stellantis já havia iniciado o processo de busca por um novo CEO desde outubro, apesar de Tavares ter afirmado anteriormente que permaneceria no cargo até o fim de seu mandato em 2026.

O controle da empresa nos próximos meses poderá ser transferido para um comitê interno, com a liderança do presidente John Elkann, conforme sugerido por algumas fontes. As as razões para a renúncia de Tavares incluem diferenças de visão em relação ao futuro da montadora com alguns membros da diretoria. Há um conselho reunido em andamento, e algumas decisões ainda estão em aberto.

Nos últimos meses, Tavares enfrentou críticas severas de investidores, concessionárias e sindicatos devido à queda nas vendas e à percepção de que as linhas de veículos da Stellantis nos EUA estão desatualizadas, além de um excessivo estoque. Em setembro, a empresa emitiu um alerta de lucro, sinalizando preocupações sérias sobre a viabilidade a curto prazo.

As ações da Stellantis despencaram 38% ao longo do último ano, refletindo a crise interna da montadora. Carlos Tavares, de 66 anos, teve uma carreira destacada, inicialmente ascendendo na Renault sob a liderança de Carlos Ghosn, sendo reconhecido por sua habilidade em reverter a situação de montadoras em dificuldades.

Embora tenha iniciado seu mandato como CEO da Stellantis com um plano focado na redução de plataformas de veículos e cortes de empregos, as tensões aumentaram significativamente em 2023. Os sindicatos expressaram preocupações sobre a qualidade dos carros e atrasos na introdução de novos modelos, enquanto concessionárias questionaram a estratégia de Tavares, especialmente em relação a marcas icônicas como Jeep, Dodge, Ram e Chrysler.

A saída de Tavares marca uma nova etapa para a Stellantis, que precisará urgentemente de estratégias inovadoras para recuperar sua posição no mercado global e atender à demanda crescente por eletrificação e sustentabilidade na indústria automotiva.