Em uma entrevista exclusiva à Agência Reuters, Zeng Yuqun, fundador e CEO da CATL, a maior fabricante de baterias do mundo, fez críticas incisivas ao famoso empreendedor Elon Musk, o proprietário da Tesla. O tom da conversa revela uma tensão no setor de tecnologia e mobilidade elétrica, especialmente em relação à inovações de baterias.

Durante um encontro em Pequim, realizado em abril, Zeng discutiu com Musk a célebre bateria cilíndrica 4680, que a Tesla anunciou durante o evento "Battery Day" no final de 2020. Na ocasião, Musk prometeu que essa bateria poderia reduzir em mais da metade o custo de produção de baterias, abrindo caminho para o ambicioso projeto de um veículo elétrico acessível, com um preço prevista de US$ 25 mil. Contudo, até agora, essa promessa permanece inacabada, já que o modelo básico equipado com a bateria ainda não foi lançado.

Zeng não poupou palavras ao afirmar que a estratégia de Musk em relação à bateria 4680 estava fadada a falhar. "Ele não sabe como fazer uma bateria. É uma questão de eletroquímica. Ele é ótimo em software e hardware, mas neste aspecto, ele ainda está aprendendo", comentou o CEO.

Além disso, o executivo chinês questionou Musk sobre suas práticas de definir cronogramas que, segundo ele, eram irrealistas para o lançamento de novos produtos. No encontro, Musk justificou que sua abordagem tinha o objetivo de motivar os funcionários, mas Zeng replicou: "O problema dele é prometer demais. Às vezes, um projeto pode levar cinco anos, mas ele diz que será concluído em dois. Se você acreditar nisso, terá problemas. A direção está correta, mas o tempo não é realista."

Como resultado da troca de ideias, muitos se perguntam: até onde a pressão e a velocidade das promessas de Elon Musk podem levar a Tesla? As críticas de Zeng não apenas ecoam uma preocupação com a visão de longo prazo da companhia, mas também levantam questões sobre a viabilidade das promessas feitas em um setor que demanda precisão e inovação contínua. Enquanto isso, a competição global no mercado de veículos elétricos continua a se intensificar, com outras empresas buscando alternativas mais eficazes e sustentáveis.