Discussões sobre segurança na ASEAN

A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) está em meio a discussões sobre segurança em Vientiane, em um contexto de crescentes tensões marítimas com a China e a apenas dois meses da transição de poder nos Estados Unidos.

Declarações de Lloyd Austin

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, classificou a decisão do ministro chinês da Defesa, Dong Jun, de não participar das conversações como "um revés para toda a região". Durante uma coletiva após o primeiro dia de reuniões, Austin expressou seu pesar: "É lamentável. A região realmente deseja que nós, dois atores importantes, duas potências significativas, possamos dialogar, isso tranquiliza a todos."

Silêncio da China

A China, até o momento, não fez comentários sobre a recusa em se reunir com os representantes dos EUA.

Reuniões na Austrália

Austin chegou a Laos após encontros na Austrália, onde conversou com autoridades australianas e o ministro da Defesa japonês. Os líderes presentes na reunião destacaram a importância do apoio à ASEAN e expressaram "séria preocupação com as ações desestabilizadoras nos mares do Leste e do Sul da China", mencionando especificamente a conduta perigosa da República Popular da China em relação a embarcações das Filipinas e de outros estados costeiros.

Reivindicações territoriais no Mar do Sul da China

Membros da ASEAN como Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei continuam a ter reivindicações territoriais sobrepostas com a China no Mar do Sul da China, cuja soberania é amplamente reivindicada por Pequim. A Indonésia, Tailândia, Singapura, Myanmar (antiga Birmânia), Camboja e Laos completam a lista dos países associados à ASEAN.

Negociações de código de conduta

Nos últimos anos, com a China se mostrando mais assertiva em suas reivindicações territoriais, os membros da ASEAN e Pequim tentam negociar um código de conduta que regule o comportamento no mar. Contudo, o progresso tem sido lento, e os acordos sobre a natureza vinculativa do pacto continuam sendo um ponto de contenda entre as partes. As autoridades esperam concluir esse código até 2026, mas os desacordos persistem.

Urgência nas negociações

O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., destacou a urgência nas negociações durante uma reunião de líderes da ASEAN, onde expressou que seu país "continua a ser alvo de assédio e intimidação" pela China, alegando que tais ações violam normas de direito internacional. Recentemente, o Vietnã acusou forças chinesas de agredirem pescadores vietnamitas em áreas disputadas no Mar do Sul da China. A China também envia navios de patrulha para zonas que a Indonésia e a Malásia consideram parte de suas áreas econômicas exclusivas.

Incertezas com nova administração dos EUA

Com a mudança iminente de administração nos EUA, é incerto como a nova presidência de Donald Trump lidará com esta complexa situação no Mar do Sul da China, que já está a gerando preocupação em toda a região.