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Crise no Haiti: ONU Avalia Intervenção de Paz em Meio ao Caos das Gangues

2024-11-21

Autor: Mariana

Na reunião do Conselho de Segurança da ONU, diplomatas mostraram um apoio significativo à transformação da atual missão de segurança, que ajuda a polícia haitiana a enfrentar o aumento da violência das gangues, em uma missão oficial de manutenção da paz. No entanto, a proposta enfrenta resistência da Rússia e da China.

Este mês, a situação no Haiti se agravou de maneira alarmante. Gangues armadas dispararam contra aviões comerciais, resultando na suspensão dos voos para o país. Adicionalmente, o primeiro-ministro do Haiti foi destituído, e regiões da capital, que antes estavam relativamente seguras, agora sofreram ataques violentos.

As autoridades haitianas vêm pedindo insistentemente uma intervenção mais robusta, solicitando uma transformação da atual missão de Apoio à Segurança Multinacional (MSS) em uma missão de manutenção da paz da ONU. A MSS, que foi implementada parcialmente em junho, está com recursos limitados e foi considerada essencial para conter a violência exacerbada.

Uma proposta para essa mudança foi apresentada no início de setembro pelos Estados Unidos e pelo Equador, mas foi retirada durante o processo de renovação do mandato da MSS, devido à objeção da Rússia e da China, que possuem poder de veto.

Na reunião, enquanto a maioria dos representantes expressou apoio à conversão da MSS, Rússia e China mantiveram suas objeções, argumentando que o Haiti requer uma base de paz mais sólida para justificar a presença de uma missão de paz, e afirmaram que a liderança atual do governo haitiano não tem legitimidade, uma vez que não foi eleita.

A Rússia e a China propuseram que os esforços se concentrassem no cumprimento das promessas feitas para fortalecer a MSS existente, em vez de iniciar um novo interventor. O embaixador do Haiti na ONU, Antonio Rodrigue, destacou os desafios enfrentados pela missão atual, que já conta com cerca de 400 soldados, majoritariamente quenianos, contra mais de 3.100 soldados prometidos por várias nações. Ele enfatizou que os recursos disponíveis são totalmente inadequados para lidar com a magnitude da crise.

Rodrigue também ressaltou a importância de que uma nova missão de paz não repita os erros do passado. Intervenções anteriores no Haiti são frequentemente lembradas por abusos de direitos humanos e pela contribuição para uma epidemia de cólera devastadora. Neste contexto, a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa e respeitosa com a soberania haitiana é crucial.

A pressão internacional para uma solução eficaz e digna para a crise haitiana está crescendo. Qual será o futuro da democracia e segurança no Haiti se essa situação continuar sem uma resposta adequada? A comunidade internacional deve agir rapidamente antes que a situação se torne irreversível.