
Cientistas Alarmados: O Derretimento das Geleiras e Seus Efeitos Devastadores
2025-03-30
Autor: Julia
Nos últimos anos, a preocupação dos cientistas com o derretimento acelerado das geleiras se intensificou. Um levantamento recente realizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Serviço Mundial de Monitoramento de Geleiras (WGMS) revela que cinco dos últimos seis anos foram marcados pelo recuo mais alarmante das geleiras já registrado.
As geleiras, grandes camadas de gelo formadas pela compressão da neve ao longo do tempo, são essenciais para a manutenção da vida na Terra, pois alojam cerca de 70% da água doce do planeta. Elas desempenham um papel crucial nos ciclos climáticos e hidrológicos, que afetam diretamente o abastecimento de água de milhões de pessoas.
Com a elevação das temperaturas globais, os glaciares derretem a uma taxa assustadora: ao longo de 45 anos de registros, desde 1975, mais de 9 trilhões de toneladas de gelo foram perdidas. Para ilustrar essa perda, cientistas afirmam que isso corresponde a um bloco de gelo do tamanho da Alemanha, com 25 metros de espessura, desaparecendo. Uma realidade inaceitável!
Impactos Ambientais e Sociais
Os efeitos do derretimento das geleiras são profundos e abrangem tanto ecossistemas naturais quanto comunidades humanas. A água dos glaciares em derretimento é vital para o fornecimento de água potável em áreas rurais e urbanas. A escassez de água doce, resultante do desaparecimento dessas massas de gelo, pode desencadear crises hídricas que afetam a agricultura e a segurança alimentar em diversas regiões.
Além disso, à medida que as geleiras recuam, a vulnerabilidade de muitas áreas a desastres naturais, como inundações, aumenta consideravelmente. Os lagos glaciais, que contêm grandes volumes de água, são mantidos por barreiras naturais de gelo. Com o derretimento, o risco de ruptura dessas barreiras cresce, resultando em inundações repentinas. Um exemplo trágico ocorreu em 2023 no estado de Sikkim, na Índia, onde um desastre ambiental causou a morte de pelo menos 55 pessoas e a destruição de uma grande represa hidrelétrica, destacando a gravidade dessa situação.
Aumentando o Nível do Mar
O derretimento das geleiras também contribui significativamente para a elevação do nível do mar. A água que flui dos glaciares em derretimento chega aos oceanos, elevando o nível do mar e colocando em risco comunidades litorâneas, especialmente em ilhas e regiões de baixa altitude. Este fenômeno é o segundo maior responsável pelo aumento do nível do mar, só perdendo para a expansão térmica dos oceanos devido ao aquecimento global.
Desde o início das medições por satélite em 1993, a taxa global de aumento do nível do mar dobrou. Embora o aumento total tenha sido de apenas 18 milímetros até agora, cada milímetro adicional expõe de 200.000 a 300.000 pessoas a inundações anuais, o que representa sérios riscos à vida e à infraestrutura.
Mudanças Climáticas em Foco
O derretimento das geleiras está intimamente ligado ao aquecimento global, impulsionado por emissões de gases de efeito estufa geradas pela queima de combustíveis fósseis. Em 2024, as temperaturas globais superaram em mais de 1,5ºC os níveis da era pré-industrial, um marco crucial identificado no Acordo de Paris. Esse aumento gerou um impacto devastador sobre as geleiras: todas as 19 regiões analisadas pela OMM experimentaram perdas significativas de massa de gelo em 2024.
Ação Internacional Necessária
Em função desse cenário preocupante, as Nações Unidas declararam 2025 como o "Ano Internacional da Preservação das Geleiras" e estabeleceram o Dia Mundial das Geleiras, que será celebrado anualmente no dia 21 de março. Essa iniciativa visa conscientizar o mundo sobre a importância das geleiras e os riscos que seu derretimento representa para os sistemas ecológicos.
Além disso, fortalecer os sistemas de alerta para inundações repentinas e aumentar a resiliência das infraestruturas costeiras são estratégias recomendadas por especialistas para lidar com os impactos do derretimento. No entanto, o maior desafio continua sendo a redução das emissões de gases de efeito estufa e a implementação de políticas climáticas eficazes que garantam a limitação do aquecimento global a 1,5ºC, como estabelecido no Acordo de Paris. A hora de agir é agora - a sobrevivência do nosso planeta depende disso!