Ciência

Cientistas Buscam Novas Soluções para Reduzir o Metano das Vacas e Salvar o Planeta!

2024-11-29

Autor: Mariana

O renomado cientista brasileiro Paulo de Méo Filho está liderando um projeto inovador na Universidade da Califórnia (UC) em Davis, com o objetivo de mitigar uma das principais fontes de metano, um poderoso gás de efeito estufa emitido por vacas. Recentemente, ele inseriu um tubo longo na boca do bezerro Thing 1, de apenas dois meses, para estudar como o metano é gerado durante o processo digestivo.

Esse experimento ambicioso visa desenvolver uma pílula que possa modificar as bactérias intestinais das vacas, reduzindo drasticamente a emissão de metano. A pecuária é uma das grandes responsáveis pelo aumento dos níveis de metano na atmosfera, que contribui significativamente para as mudanças climáticas.

"Praticamente metade do aumento da temperatura global é causada pelo metano", afirmou Ermias Kebreab, professor de ciências animais da UC. Ele explicou que o metano tem um impacto muito mais intenso que o dióxido de carbono, durando apenas cerca de 12 anos na atmosfera, em contraste com os séculos que o CO2 permanece.

Atualmente, uma única vaca pode arrofar cerca de cem quilos de gás metano anualmente, o que é alarmante. Com isso, cientistas estão experimentando uma dieta suplementar com algas marinhas para reduzir essa produção. Além disso, há planos para introduzir microrganismos geneticamente modificados que, ao absorver o hidrogênio, inibirão as bactérias que produzem metano, combatendo o problema na fonte.

Os investigadores, no entanto, procedem com cautela. Matthias Hess, diretor do laboratório na UC, destacou a importância de preservar o equilíbrio dos micróbios dentro do sistema digestivo das vacas, já que a eliminação de algumas bactérias pode levar a acúmulos de hidrogênio prejudiciais à saúde do animal.

Os jovens pesquisadores estão aperfeiçoando fórmulas em biorreatores, que simulam o ambiente digestivo bovino, garantindo a viabilidade das soluções propostas. O projeto está sendo realizado em colaboração com o Instituto Genômica Inovadora (IGI) da UC em Berkeley, onde as equipes buscam identificar e modificar micróbios que poderiam substituir aqueles que produzem metano.

Além de reduzir as emissões, Kebreab enfatiza que estas alterações podem resultar em vacas mais produtivas, redirecionando a energia proveniente do hidrogênio para aumentar a eficiência alimentar. O objetivo é criar um tratamento de dose única que possa ser administrado nos primeiros estágios da vida, uma vez que a maioria do gado é alimentada solta e não recebe suplementação diária.

Os esforços das diferentes equipes de pesquisa foram respaldados com um financiamento de US$ 70 milhões (cerca de R$ 419 milhões) e um prazo de sete anos para alcançar resultados concretos. Kebreab, estudando práticas sustentáveis na pecuária, resiste à ideia de que a redução do consumo de carne seja a única solução para salvar o planeta. Ele aponta que em países como a Indonésia, onde a produção de carne é crucial devido à desnutrição infantil, a solução deve ser mais integrada e inovadora.

Este projeto representa não apenas um passo para a sustentabilidade, mas também uma alternativa viável para alimentar uma população crescente sem comprometer o equilíbrio ecológico do nosso planeta.