No último acidente aéreo que chocou o mundo, um comissário de bordo do Azerbaijão, Asadov, sobreviveu a uma queda dramática da aeronave Embraer 190 no Cazaquistão, que resultou na morte de mais de 30 pessoas. Em uma entrevista poderosa à Agência de Imprensa do Azerbaijão, ele compartilhou os momentos angustiantes vividos dentro da aeronave.

"Nossa sobrevivência foi um milagre. Devemos isso ao heroísmo do capitão e do segundo piloto", relatou Asadov, em um relato que rapidamente se espalhou pelas redes sociais.

Após o primeiro impacto, ele e um colega da tripulação correram para tranquilizar os passageiros, que estavam em pânico. "Quando tentei me mover, fui atingido no braço. A dor foi como um golpe de machado. Tive que enfaixar meu próprio braço com um pedaço de pano para estancar o sangramento", contou.

A aeronave tinha como destino Grozny, na Chechênia, mas devido a interferências externas, o piloto foi forçado a mudar o plano de pouso várias vezes. Asadov explicou que, em um primeiro momento, o comandante anunciou um pouso na água, o que poderia levar a uma tragédia ainda maior se fosse seguido. Em vez disso, a aeronave fez um pouso forçado em terra. "Se tivéssemos feito o pouso na água, não teria ninguém sobrevivido", enfatizou.

Ele também ressaltou que o peso foi direcionado para a frente durante o impacto, o que ajudou alguns dos passageiros a escapar com vida, apesar da gravidade do acidente. A seção dianteira do avião se desfez devido ao impacto, deixando muitos passageiros em situações dramáticas.

Com 67 pessoas a bordo, incluindo cinco da tripulação e 62 passageiros, o acidente foi trágico. O capitão Igor Kshnyakin, o copiloto Aleksandr Kalyaninov e a comissária de bordo Hokuma Aliyeva perderam a vida. Outras 29 pessoas conseguiram sobreviver, incluindo três crianças, mas 38 pessoas faleceram, entre elas Mukhammadali Farid Oglu Eganov, um menino de apenas 13 anos.

Testemunhas relataram uma explosão fora do avião, levantando preocupações sobre interferência externa. Investigadores estão analisando as duas caixas-pretas recuperadas e afirmaram que já há indícios de que o avião pode ter sido atingido por um míssil. Dmitry Yadrov, responsável pela aviação civil da Rússia, afirmou que no momento do acidente havia uma ofensiva de drones ucranianos na região do aeroporto de Grozny, aumentando ainda mais a complexidade do incidente.

Homenagens estão sendo realizadas às vítimas e ao heroísmo da tripulação. O governo do Azerbaijão decidiu conduzir os funerais das vítimas com honras de Estado e a companhia aérea expressou sua gratidão aos membros sobreviventes da tripulação, que arriscaram suas vidas para salvar os passageiros. Este trágico acidente aéreo não apenas destaca os perigos da aviação em tempos de conflito, mas também deixa muitas questões sem resposta à medida que as investigações continuam.