Saúde

Como os Tremores nas Mãos Revelam Questões Profundas sobre a Saúde Mental

2024-12-30

Autor: João

Você já se perguntou por que algumas pessoas tremem nas mãos? Recentemente, tenho recebido muitas perguntas assim, e a resposta é mais complexa do que parece. Eu estou passando por essa experiência devido aos remédios que estou tomando para lidar com a angústia e o pânico. É um desafio diário. Além do desconforto físico, essa tremedeira me lembra de um período muito difícil da minha vida: o alcoolismo.

Desde 2024, venho buscando ajuda profissional e um novo diagnóstico com uma psiquiatra, e a jornada para encontrar o tratamento certo tem sido longa e cansativa. O tratamento de doenças mentais é complicado, já que muitas vezes não existe um exame que possa apontar diretamente o problema. A cura depende de uma relação de confiança entre o médico e o paciente, e requer uma abertura que nem sempre temos.

A conexão entre tremores nas mãos e o alcoolismo é uma realidade que muitos enfrentam, mas poucos discutem. Na época em que bebia, eu também experimentei tremores severos. O dia seguinte era aterrorizante. Eu tentava esconder meu estado, evitando situações sociais que me expunham ao julgamento dos outros. Essa percepção da timidez se transformou em um ciclo vicioso: quanto mais eu me isolava, mais eu bebia, e mais intensos se tornavam os tremores. Essa solidão me oferecia a falsa sensação de liberdade.

Recentemente, lembrei de uma história que ouvi em uma reunião do AA. Um colega mencionou que usava um canudo para beber suas primeiras doses do dia, assim ele evitava mostrar os tremores. Isso realmente ressoou em mim. O tremor não é apenas físico; é um sinal de abstinência, um grito silencioso pedindo ajuda. Na verdade, muitos não entendem a gravidade dessas situações. Algumas brincadeiras e piadas inconsequentes podem machucar ainda mais quem já está lutando contra esses demônios.

Outro dia, enquanto almoçava com amigos, um deles fez um comentário insensível sobre minha situação. Por mais que eu tenha tentado rir, a falta de empatia foi dolorosa. Às vezes, a mera presença de amigos pode fazer a diferença. Uma amiga, ao notar meu desconforto, teve a sensibilidade de não olhar para minhas mãos enquanto conversávamos, permitindo-me sentir mais à vontade. Essa atitude fez com que eu percebesse que mesmo em meio à dor, existem pessoas que se preocupam genuinamente comigo.

Em um mundo onde a saúde mental ainda é um tabu, é crucial que continuemos a abrir diálogos sobre nossos desafios pessoais. Os tremores nas mãos podem não ser apenas um sintoma físico, mas uma representação de nossas lutas internas. Convido você a refletir sobre a empatia em suas interações e a importância de apoiar aqueles que estão enfrentando dificuldades. Afinal, cada gesto de gentileza conta e pode mudar a vida de alguém.