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Conflito no Iémen: Houthis Declaram Guerra aos EUA e Atacam Navios Norte-Americanos

2025-03-18

Autor: Carolina

Os Houthis, grupo rebelde no Iémen, intensificaram suas ações contra os Estados Unidos, afirmando que estão em guerra aberta e não recuarão frente às ameaças feitas pelo presidente Donald Trump. Em um comunicado alarmante, o grupo afirmou ter realizado ataques sofisticados com mísseis e drones contra navios norte-americanos no Mar Vermelho, entre eles o porta-aviões Harry S. Truman, que recentemente havia empreendido operações contra os Houthis.

A Casa Branca ainda não confirmou os ataques até o momento da divulgação desta matéria, mas os Houthis alegam que fizeram história ao realizar o terceiro ataque a embarcações dos EUA em um intervalo de apenas 24 horas. Essa escalada de violência vem em resposta a bombardeios pesados realizados pelos EUA sobre posições dos Houthis em suas áreas de controle no Iémen, que se estendem por várias regiões do país, numa guerra que dura mais de uma década.

A situação se tornou ainda mais tensa desde o início do conflito em Gaza, em outubro de 2023, quando os Houthis, financiados pelo Irã e integrando o chamado "Eixo da Resistência", começaram a disparar mísseis em direção ao sul de Israel e atacar embarcações na vital rota do Mar Vermelho. O grupo rebelde deixou claro que seu apoio aos palestinos será intensificado e que continuarão a confrontar Israel.

Durante um protesto em Sanaa, capital do Iémen, milhares de manifestantes se uniram em um grito unânime de repúdio aos EUA e a Israel, estando armados e levantando cartazes. Situações semelhantes ocorreram em outras cidades, como Saada e Hodeida.

Os recentes bombardeios americanos no fim de semana resultaram em 53 mortes, incluindo cinco crianças, e cerca de 98 feridos, conforme relatado pelos Houthis. O Comando Central Americano (Centcom) declarou que suas operações contra os Houthis continuarão, enfatizando a determinação dos EUA em neutralizar a ameaça rebelde.

A ONU, por sua vez, pediu um fim às hostilidades, reforçando a necessidade de diálogo e de respeito ao direito internacional. A China também pediu uma desescalada da situação, enquanto o governo alemão manifestou que respostas a ataques devem estar em conformidade com as normas internacionais.

Além disso, os altos dirigentes do Irã condenaram os ataques realizados pelos EUA, classificando-os de "bárbaros", e advertiram que responderão a qualquer nova ofensiva. O Iémen, um dos países mais empobrecidos da Península Arábica, tem vivenciado uma crise humanitária sem precedentes em decorrência do conflito civil, que já ocasionou a morte de milhares e a devastação completa de suas infraestruturas, colocando a vida de 38 milhões de habitantes em risco.