Saúde

Crise de Vacinas: 6 em cada 10 Municípios Brasileiros Enfrentam Desabastecimento Emocionante

2024-10-10

Autor: Pedro

Um alarmante estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que seis em cada dez municípios brasileiros, totalizando 64,7%, estão enfrentando uma preocupante falta de vacinas para imunizar crianças. Este cenário crítico é resultado de problemas logísticos no repasse das vacinas pelo Ministério da Saúde.

A pesquisa, realizada com gestores de 2.415 municípios no início do mês passado, confirmou que 1.563 deles relataram estar desabastecidos. Segundo as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), o ministério é responsável pela compra de vacinas, que são então distribuídas aos estados e municípios.

Em uma nota técnica enviada à CNM, o Ministério da Saúde reconheceu a crise. O ministério explicou que a falta de vacinas é uma questão que envolve não apenas produção e logística, mas também uma demanda crescente pelos imunizantes. Medidas já estão sendo tomadas, incluindo a aquisição de vacinas através da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Vacinas essenciais, como a tríplice viral e a hepatite A, estão em falta há mais de 30 dias na maioria das cidades, aumentando o risco de reemergência de doenças graves que já estavam sob controle, como a paralisia infantil. Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, chamou essa situação de "muito preocupante".

Embora o Brasil tenha revertido a tendência de queda em vacinação infantil em 2023 e tenha saído da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas, a realidade de muitas localidades ainda é desoladora. Santa Catarina lidera a lista de desabastecimento, com impressionantes 83,7% dos municípios relatando falta de vacinas, seguido por Pernambuco (80,6%) e Paraná (78,7%).

A vacina contra a varicela, utilizada para reforço em crianças aos 4 anos, é a mais escassa, com 1.210 municípios reportando falta, resultando em uma média de atraso superior a 90 dias. Na cidade de São Paulo, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão registrando as crianças em listas de espera devido à escassez de doses que chegam diretamente do ministério.

Em um preocupante aumento nas notificações, a capital paulista registrou 107 surtos isolados de varicela entre janeiro e setembro deste ano, comparado a 87 surtos no mesmo período do ano anterior. O laboratório responsável pela produção da vacina da varicela enfrenta desafios significativos na produção, que impactaram a entrega.

Além da varicela, várias outras vacinas, como a meningocócica C, a tetraviral e a hepatite A também estão enfrentando escassez.Respectivamente, 546, 447 e 307 municípios relataram desabastecimento. Problemas com fornecedores e obstáculos regulatórios são as principais causas atribuídas.

De acordo com Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), essa é uma crise global em produção de vacinas, onde o aumento do consumo não tem sido acompanhado por uma oferta proporcional. O desperdício de vacinas é outro desafio, com frascos que precisam ser utilizados em um único dia, levando a perdas em municípios menores.

Por fim, o Ministério da Saúde indicou que a normalização do abastecimento deve levar tempo, com algumas vacinas só retornando ao estoque em 2025. Isso representa um risco real para a saúde pública, exigindo ações imediatas e efetivas para recuperar a confiança nas políticas de imunização. Fique atento às próximas atualizações sobre essa questão vital!