Recentemente, a Secretaria de Saúde de São Paulo confirmou a presença do norovírus em amostras de fezes humanas coletadas em Guarujá e Praia Grande. A contaminação, cuja origem ainda está sob investigação, trouxe à tona a preocupação com a saúde pública nas praias do litoral paulista. O norovírus é conhecido por causar gastroenterite e pode ser transmitido por água e alimentos contaminados.

Diante do alerta, famílias que visitam as praias estão redobrando os cuidados. Por exemplo, a dona de casa Maria Helena decidiu levar saladas e frios preparados em casa para a praia de Pitangueiras, em Guarujá. Junto ao lanche, álcool em gel não faltou na mesa, como um meio de proteção para higienizar as mãos. "Meu marido é médico e nos orientou a evitar o consumo de alimentos de quiosques. Apenas o que trouxemos é seguro", comentou.

Priscila Cavalcanti, outra residente da região, também tomou precauções extras durante sua visita à praia. A família optou por bebidas e salgados industrializados, evitando assim a compra em quiosques. "Até o gelo compramos em saco para garantir a qualidade", disse, enfatizando a crescente demanda de caminhões de gelo que circulam pela cidade, vendendo pacotes a preços que variam em torno de R$ 15.

As praias, que normalmente estariam lotadas nas primeiras semanas de janeiro, estão sofrendo com a baixa procura. No Tombo, por exemplo, o número de frequentadores foi de 25% inferior ao esperado, resultando numa queda de 35% no faturamento de estabelecimentos como o restaurante de Ulisses Mangueira. "Temos a sensação de que a pandemia retornou, pois muitos estão evitando vir para cá", desabafou.

Andrea Moreira, comerciante em Pitangueiras, corroborou a percepção de que o movimento está anormalmente baixo. "Isso parece mais novembro do que um verão. O sol está brilhando, mas a falta de clientes é um grande incômodo", contou ela, em meio a cadeiras e guarda-sóis praticamente desocupados.

Além disso, a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) apontou que cerca de 19% das reservas nos hotéis já foram canceladas devido à situação atual. O diretor-executivo da entidade, Édson Pinto, descreveu o cenário como um 'apagão' resultante dos surtos de virose e da criminalidade no litoral.

As unidades de saúde, como a UPA Rodoviária, que costumam apresentar um fluxo intenso, também vivenciaram uma diminuição significativa no atendimento. Embora tenham alcançado tempos de espera próximos de 3 horas, o movimento agora parece mais tranquilo.

A prefeitura de Guarujá, em nota, assegurou que os atendimentos relacionados a casos de virose nas unidades de saúde do município já se normalizaram desde o dia 4 de janeiro, porém a preocupação continua sendo um tema constante entre os visitantes das praias.

Dicas de segurança são essenciais: manter a higiene e a cautela alimentares, além de estar sempre atento a sinais de saúde, pode evitar que sua diversão na praia se transforme em um incômodo. O verão deve ser de alegria, e não de preocupação. Portanto, você está preparado para aproveitar o que há de melhor na praia enquanto garante sua saúde?