Delator do PCC: novo vídeo revela detalhes sobre a execução de empresário em aeroporto
2024-11-17
Autor: Fernanda
Um novo vídeo divulgado mostra o carro utilizado pelos atiradores na execução do empresário Vinícius Gritzbach circulando nas proximidades do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, pouco antes do crime, que ocorreu no dia 8 de novembro. As imagens, obtidas pelo g1 e TV Globo, estão sendo analisadas pela força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Gritzbach foi assassinado a tiros enquanto estava em frente ao ônibus da Guarda Civil Municipal (GCM). Durante a ação, um motorista de aplicativo também foi atingido e veio a falecer, além de outras três pessoas que ficaram feridas no local. Este crime violentíssimo está sendo tratado com grande seriedade pelas autoridades.
Antes de sua morte, Gritzbach havia celebrado um acordo de delação premiada, em que denunciou membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) por lavagem de dinheiro e apontou corrupção entre agentes de segurança pública.
Nas imagens, um Volkswagen Gol preto pode ser visto dando várias voltas no aeroporto, enquanto a escolta de Gritzbach seguia em um Chevrolet Trailblazer, onde estavam os policiais que o protegiam. Informações indicam que um segundo veículo da escolta apresentou problemas mecânicos e ficou em um posto de gasolina.
O vídeo mostra o Gol estacionando atrás do ônibus da GCM, e logo após, o carro dos atiradores acelera e ultrapassa o ônibus. Imagens anteriores já tinham revelado o momento em que dois homens encapuzados e armados com fuzis saíram do Gol preto e dispararam contra Gritzbach, que foi alvejado por pelo menos dez tiros logo após desembarcar de um voo vindo de Alagoas.
Os vídeos são cruciais para reconstruir a linha do tempo do crime, e as novas filmagens ajudam a montar o quebra-cabeça da investigação. Um ponto alarmante é que ao menos 13 policiais estão sob investigação, incluindo oito policiais militares que faziam a escolta do empresário e cinco policiais civis que ele havia denunciado.
Além de membros do PCC, a lista de suspeitos inclui um agente penitenciário e uma pessoa que tinha dívidas com Gritzbach. Até o momento, ninguém foi preso em conexão ao caso.
Gritzbach, por sua vez, enfrentava processos por homicídio relacionados a dois membros do PCC e por lavagem de dinheiro. Em abril, a Justiça autorizou sua delação premiada com o Ministério Público, que prometia a redução de pena em troca de suas teses acusatórias. O empresário relatou abuso de poder, afirmando que recebeu propostas de suborno e ameaças por parte de agentes.
A situação é um reflexo da complexidade das relações entre crime organizado e instituições de segurança no Brasil, levantando preocupações sobre a segurança e a justiça no país.