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Desaceleração da Economia Brasileira em 2025: O Que Esperar?

2025-01-02

Autor: Julia

Economistas estão prevendo que a economia brasileira enfrentará uma desaceleração em 2025, impulsionada principalmente pelo aumento da taxa básica de juros e por uma piora nas condições financeiras. Contudo, as expectativas não apontam para um cenário de estagnação ou recessão.

Apesar desses desafios, o consumo deve continuar a crescer. Esse crescimento será sustentado por um mercado de trabalho ainda aquecido, investimentos governamentais significativos e uma safra agrícola robusta, que ajudará a impulsionar as exportações. No entanto, o impacto do aperto monetário sobre os investimentos permanece uma incógnita.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve registrar uma expansão de pelo menos 2% em 2025, após um crescimento consistente nos últimos três anos, onde o PIB variou entre 3% e 3,5%, superando as expectativas tanto do setor privado como do governo. Importante destacar que, neste período, o país se beneficiou de reformas estruturais que aumentaram o potencial de crescimento.

No início de 2024, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda projetava uma alta de 2,2% para o PIB desse ano. Já as previsões do Banco Central e de analistas eram ligeiramente inferiores, na faixa de 1,5%. O governo, em sua proposta de Orçamento para 2025, espera um crescimento real de 2,64%, superando as expectativas do mercado.

Entretanto, o Banco Central alerta para riscos provenientes de uma desaceleração da economia global e para possíveis impactos negativos das condições internas de crédito. Apesar disso, acredita-se que haja a possibilidade de surpresas positivas, já que o bom desempenho dos últimos anos pode ser, em parte, atribuído a reformas eficazes.

Felipe Salles, economista-chefe do C6, ressalta que uma expansão de cerca de 2% aproxima a economia de seu potencial. Ele observa que o crescimento em 2025 será sustentado por estímulos governamentais e por um desempenho favorável nas exportações de commodities. Porém, a taxa Selic deverá se manter em torno de 15% ao ano, restringindo o crescimento dos investimentos.

Enquanto o mercado de trabalho se manterá aquecido, Salles acredita que não haverá aumento de desemprego neste cenário. Na opinião da economista Andrea Damico, da Armor Capital, o crescimento do PIB deve ser de 1,8% e um cenário de aumento no desemprego não é algo a ser considerado até o final do primeiro semestre de 2025. Essa perspectiva é reforçada pela expectativa de uma taxa Selic em 14,5% ao ano e a necessidade de medidas adicionais para controlar o impulso fiscal.

Esses fatores levarão a inflação a se manter dentro da meta de 4,5%, possivelmente com um câmbio em torno de R$ 5,90. Andrea alerta, no entanto, que o governo pode precisar implementar medidas fiscais adicionais que podem, de fato, piorar o cenário, levando o dólar a patamares de R$ 6,10 a R$ 6,20.

Projeções recentes indicam que o IPCA pode se aproximar de 5%, enquanto a taxa básica de juros deve permanecer em 15% ao ano até o final de 2025. O ano de 2025 promete ser desafiador, e compreender essas dinâmicas econômicas será essencial para empresários e consumidores brasileiros.