Ciência

Descobertas Revolucionárias sobre o Homo Naledi: Enterros e Arte nas Cavernas!

2025-03-31

Autor: João

Um estudo recente publicado na revista eLife, no dia 28 de outubro, trouxe à tona informações surpreendentes sobre o Homo naledi, uma espécie extinta de hominídeo que pode ter praticado enterros de maneira intencional há cerca de 250 mil anos. Com 250 páginas de novas evidências, a pesquisa reforça a hipótese de que esse hominídeo possuía comportamentos complexos, desafiando a ideia que sustenta que apenas os humanos modernos e os neandertais realizavam tais rituais.

Os fósseis de H. naledi, descobertos em 2013 no sistema de cavernas Rising Star, na África do Sul, revelaram uma espécie bípede, medindo cerca de 1,5 metro de altura e pesando cerca de 45 quilos. Embora tivessem cérebros menores que os humanos modernos, suas habilidades manuais eram notáveis, trazendo à tona questionamentos sobre a complexidade de suas capacidades físicas e cognitivas.

Fatos surpreendentes incluem:

- As evidências em estudos anteriores de 2017 e 2023 sugerem que os H. naledi não apenas enterravam seus mortos, mas também criavam arte nas cavernas, o que indica a presença de habilidades simbólicas.

- Novas descobertas sobre enterros planejados, como sepulturas rasas cobertas por sedimentos e artefatos de pedra ao lado de esqueletos, sugerem práticas funerárias intencionais.

- As gravações encontradas nas cavernas próximas aos enterros podem estar ligadas a rituais ou crenças, indicando uma capacidade de pensar simbolicamente semelhante à dos humanos modernos.

Ainda assim, essa interpretação não é aceita universalmente. Especialistas, como Sheela Athreya, da Universidade Texas A&M, levantam questionamentos sobre a validade das evidências, sugerindo que elas não são conclusivas o suficiente para afirmar que o enterro era uma prática consciente, com outras interpretações possíveis.

No recente estudo, a equipe de Lee Berger revisou suas conclusões, detalhando melhor os processos de decomposição e a disposição dos corpos. Essa nova linha do tempo objetiva responder às críticas e reforçar a ideia de que as práticas funerárias eram sistemáticas e intencionais.

Controvérsias continuam, com reações mistas dentro da comunidade científica. Enquanto alguns acreditam que as novas evidências sugerem práticas de enterros repetidos e padronizadas, outros permanecem céticos, defendendo a necessidade de mais estudos independentes.

Além disso, o estudo revela que os H. naledi também exerciam algum tipo de arte, ao encontrarem gravuras em formato de linhas e símbolos, que demonstram o uso de ferramentas para a criação artística. Isso não só sugere uma capacidade simbólica bem desenvolvida, mas também indica que o espaço usado para os enterros pode ter tido um significado cultural profundo para essa espécie.

O antropólogo Agustín Fuentes, da Universidade de Princeton, sugere que a combinação de enterros e criações artísticas pode refletir rituais ou crenças comuns, reforçando a ideia de um comportamento simbólico. Contudo, ainda há divisão entre especialistas sobre a interpretação das gravuras, e a forma como os H. naledi acessavam as cavernas continua sendo um enigma que impacta a compreensão de seu comportamento.

À medida que novas evidências emergem, nossa compreensão das capacidades e comportamentos dos Homo naledi se expande, trazendo à luz a importância de explorar nossas origens e a evolução do comportamento simbólico entre os primeiros hominídeos. Se confirmadas, essas descobertas revolucionárias podem transformar nossa perspectiva sobre as raízes das práticas funerárias e da arte entre os precursores dos humanos modernos.