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Diretor de centro médico russo é preso por 'satanismo' devido à promoção de relações homossexuais

2024-10-07

Autor: João

Um diretor de centro médico na Rússia foi detido sob a grave acusação de "satanismo" por supostamente incentivar relações homossexuais entre seus subordinados. Essa informação foi divulgada nesta segunda-feira por veículos de comunicação da Rússia, em um contexto de crescente repressão e preceitos ultraconservadores contra a comunidade LGBTQIAP+ no país.

De acordo com o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia, citado pela agência estatal Ria Novosti, o homem, que exerce suas funções na cidade de Ulyanovsk, localizada a aproximadamente 700 km a leste de Moscou, é considerado "um seguidor do satanismo". O FSB alega que ele teria "encorajado a ideia de relações homossexuais como uma forma de aderir ao culto ao diabo", sugerindo que isso seria uma maneira de alcançar prosperidade financeira e progresso.

O acusado foi formalmente imputado com "forçar atos sexuais" e "participar das atividades de uma organização extremista", podendo enfrentar uma pena de até seis anos de prisão se condenado.

Desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, a Rússia implementou uma série de medidas de repressão à chamada "propaganda homossexual", em linha com uma política cada vez mais conservadora. Em 2023, o Tribunal Supremo russo declarou o que considera um "movimento LGBT internacional" como uma entidade extremista, permitindo penas severas para aqueles que forem acusados de se associarem a ele.

Além disso, o Parlamento russo proibiu, em setembro deste ano, a adoção de crianças russas por cidadãos de países que aceitam a transição de gênero e está considerando a proibição da promoção de um estilo de vida "sem crianças". Essas ações fazem parte de uma estratégia mais ampla do governo russo para se opor a influências ocidentais, que são rotuladas como "decadentes" pelo presidente Vladimir Putin.

Com a retórica de Putin chamando os valores ocidentais de "satanismo", essa situação levanta preocupações sobre as liberdades civis e os direitos humanos na Rússia, onde a homofobia institucionalizada continua a crescer, colocando em risco a vida de muitos cidadãos LGBTQIAP+. A comunidade internacional observa a repressão com preocupação, enquanto vozes de ativistas se intensificam em busca de apoio para os direitos dos opositores do regime.