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Do sonho do título ao pesadelo do rebaixamento: A queda do Galo no Campeonato Brasileiro

2024-12-07

Autor: Mariana

Em um giro surpreendente de acontecimentos, o Atlético Mineiro encerra sua temporada de 2024 à beira do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. Às vésperas da última rodada, a equipe alvinegra tem apenas 3,8% de chances de não cair, segundo a UFMG. O que era para ser um ano de festa se transformou em um pesadelo para a torcida, que viu o clube levantar o título do Campeonato Mineiro e chegar às finais da Copa do Brasil e da Libertadores, mas agora tenta desesperadamente evitar a queda.

Na tabela, o Atlético ocupa a 14ª posição, com 44 pontos, apenas três a mais que o Red Bull Bragantino, que está dentro da zona de rebaixamento (17º lugar). Outras equipes, como Fluminense (15º, com 43) e Athletico Paranaense (16º, com 42), também lutam para ficar na elite do futebol brasileiro.

Do favoritismo à luta pela sobrevivência

O Galo começou a temporada como um dos favoritos ao título, competindo com grandes nomes como Flamengo e Palmeiras. A expectativa era alta, principalmente após a manutenção do elenco campeão e a chegada de Gustavo Scarpa. O desempenho promissor no segundo turno do Brasileirão 2023 alimentou essa esperança.

Entretanto, o favoritismo rapidamente se desfez. Após cinco rodadas, a equipe não conseguiu vencer, somando três empates e apenas duas vitórias. O desempenho irregular fez a torcida questionar as capacidades do time, especialmente com a demanda intensa de jogos nesta temporada. O Galo disputou quatro competições - Campeonato Mineiro, Copa do Brasil, Libertadores e Campeonato Brasileiro. No entanto, a situação se agravou com a convocação de vários jogadores para a Copa América nos Estados Unidos, que reduziu ainda mais o elenco e complicou a situação.

Em resposta à crise, o Atlético contratou reforços durante a janela de transferências de julho, incluindo os zagueiros Junior Alonso e Lyanco, o volante Fausto Vera e o atacante Deyverson. A expectativa era de que esses novos jogadores, somados ao retorno do meia Bernad, campeão da Libertadores em 2013, revitalizassem a equipe.

Porém, mesmo com os reforços, o Atlético pareceu "abrir mão" do Brasileirão, priorizando as Copas do Brasil e Libertadores. Essa decisão acabou trazendo consequências, como a falta de entrosamento do time misto que começou a atuar no campeonato, resultando em uma série de empates. Nas últimas rodadas, o time ficou com a marca negativa de 14 empates, um número alarmante que refletiu a fragilidade da equipe.

Desempenho preocupante em casa

Outro fator que contribuiu para a ameaça de rebaixamento foi o desempenho do Galo em casa. Com um aproveitamento de apenas 46% como mandante, a equipe somou sete empates, seis vitórias e cinco derrotas em 18 partidas. Esse foi considerado um dos piores desempenhos de anfitriões na competição, e a obrigatoriedade de jogar em diferentes estádios, como Arena MRV, Independência e Mineirão, não ajudou a estabelecer uma "casa forte".

A sequência de derrotas e a saída de Milito

O Galo atravessa uma série de 12 jogos sem vencer, sendo oito no Campeonato Brasileiro, dois na Libertadores e dois na Copa do Brasil. Essa má fase culminou na demissão do treinador Gabriel Milito. A última vitória foi em 22 de outubro, contra o River Plate, na semifinal da Libertadores, mas desde então, os resultados foram decepcionantes, incluindo derrotas significativas para Flamengo e Botafogo.

A luta pela permanência

Com o Brasileirão se aproximando do fim, quatro clubes ainda estão em risco de rebaixamento: Athletico Paranaense, Atlético Mineiro, Fluminense e Red Bull Bragantino. Com três equipes já rebaixadas, a disputa está acirrada e apenas uma vaga resta. O Atlético é o mais pressionado, e se precisar apenas de um empate contra o Athletico Paranaense para se manter na Série A. Contudo, o Furacão também está em uma posição delicada, necessitando de uma vitória para não depender de outros resultados.

O que pode ser o último fecho de uma temporada tumultuada ocorrerá neste domingo (8 de dezembro), às 16h, na Arena MRV, onde o Galo espera um resultado que não só salve o clube do rebaixamento, mas também faça a torcida acreditar novamente em dias melhores. Para os torcedores, o desfecho poderá ser a diferença entre comemorar a permanência ou lamentar um rebaixamento inesperado.