O mercado de câmbio no Brasil apresentou uma leve recuperação nesta quarta-feira, culminando na segunda sessão consecutiva de queda do dólar. A moeda americana fechou cotada a 6,0469 reais, representando uma diminuição de 0,26%. Apesar da queda, o dólar ainda permanece acima da barreira dos 6,00 reais, refletindo flutuações nas moedas globais e as incertezas em torno do pacote fiscal do governo Lula.

Recentemente, o dólar atingiu seu maior valor nominal de encerramento da história, com uma cotação de 6,0652 reais, e, desde o início do ano, acumula uma alta impressionante de 24,64%. No mercado futuro, o dólar para janeiro cedeu 0,12%, sendo negociado a 6,0535 reais.

Pela manhã, a moeda chegou a oscilar positivamente, enquanto investidores aguardavam ansiosamente novos dados da economia dos EUA e uma declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento em Brasília. Chegou a marcar uma cotação máxima de 6,0745 reais.

A pressão sobre o dólar foi aliviada graças à divulgação de dados do mercado de trabalho dos EUA, que mostraram a criação de 146.000 vagas no setor privado em novembro. Esse número foi abaixo do esperado, o que gerou um impacto negativo sobre o dólar e fez com que o rendimento dos Treasuries também recuasse. A queda no Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor não-manufatureiro também contribuiu para a perda de força da moeda norte-americana no exterior, influenciando o comportamento do câmbio no Brasil.

Enquanto isso, o ministro Haddad criticou a forma como o mercado financeiro recebeu o novo pacote fiscal e reafirmou que as medidas propostas são adequadas para o momento atual. Ele prevê que a aprovação do pacote no Congresso ocorrerá ainda este ano, mas a confiança no governo continua a ser um fator decisivo, limitando o potencial de queda do dólar.

Profissionais do mercado notaram que a desconfiança em relação ao pacote fiscal, somada à pressão inflacionária, tem levado a uma expectativa de 44% de chances de aumento de 100 pontos-base na taxa Selic, que atualmente está em 11,25% ao ano. Essa expectativa está atenta às condições econômicas, pois muitos analistas acreditam que um aumento nas taxas de juros pode ser necessário para controlar a inflação.

Às 17h09, no cenário internacional, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda em relação a uma cesta de seis divisas, subia 0,02%, alcançando 106,340. No mesmo horário, o Banco Central do Brasil anunciou a venda de todos os 15.000 contratos de swap cambial ofertados em uma recente rolagem, mostrando a estratégia do governo para tentar estabilizar o mercado cambial.

Com essas movimentações, o mercado continua inseguro, e a trajetória do dólar será amplamente observada, especialmente com a proximidade das decisões sobre a política monetária e a efetividade do pacote fiscal em discussão.