Tensão nas Ruas da Geórgia: Manifestantes Usam Fogos de Artifício Contra a Polícia em Protests de Quatro Dias
2024-12-02
Autor: Mariana
A luta pela democracia na Geórgia continua, com manifestações que já se estendem por quatro dias. Os protestos eclodiram após o governo anunciar que planeja adiar as negociações de adesão à União Europeia (UE) até 2028, gerando descontentamento entre os cidadãos que desejam uma aproximação mais rápida com o bloco europeu. A presidente do país, Salome Zourabichvili, declarou que seu mandato vai prosseguir até novas eleições, apesar da pressão crescente nas ruas. Ela elogiou a resiliência do povo georgiano e reafirmou seu compromisso com uma nova era política que atenda aos anseios populares.
"Acho que Zourabichvili é uma das presidentes mais importantes da nossa história, porque ela escolheu o lado do povo e não do governo", afirmou um estudante de 18 anos identificado como Nikolos. Porém, o primeiro-ministro Irakli Kobakhidze negou a possibilidade de novas eleições, aumentando a frustração entre os manifestantes.
A nova chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, condenou a violência contra manifestantes pacíficos e advertiu que a situação atual pode ter "consequências claras" nas relações da Geórgia com a União Europeia. Essa declaração vem em um momento crítico, já que a comunidade internacional está atenta ao decorrer dos eventos e a possibilidade de um cenário semelhante ao que ocorreu na Ucrânia em 2014, quando protestos massivos levaram à mudança de governo.
Nos últimos dias, centenas de juízes e funcionários públicos também se uniram aos protestos, com mais de 160 diplomatas georgianos divulgando uma declaração conjunta que critica o governo e alertando para o risco de isolamento internacional. O descontentamento popular é ecoado em todo o país, onde muitos veem a corrupção e a influência de oligarcas como uma barreira ao progresso democrático.
Analistas indicam que a atual situação na Geórgia é lembrança viva da revolução Euromaidan na Ucrânia, onde o governo anterior também hesitou em assinar acordos com a UE em favor da Rússia. O ex-primeiro-ministro Bidzina Ivanishvili, conhecido por sua influência política e econômica, é frequentemente citado como uma figura chave na dinâmica de poder que muitos acreditam estar manipulando a situação atual para frear o movimento democrático.
À medida que os protestos se intensificam, a questão da intervenção russa é levantada. O governo russo tem sido insinuado como um agente desestabilizador, mas a capacidade real de Moscou para agir militarmente na Geórgia permanece em dúvida. A população, entretanto, continua a se mobilizar, determinada a garantir a sua voz na busca por um futuro mais europeu.
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