Dólar Flutua na Estabilidade em um Pregão Lento e Tenso
2025-01-03
Autor: Carolina
Por volta das 13h, o dólar comercial apresentava uma leve queda de 0,05%, cotado a R$ 6,1599 no mercado à vista. Enquanto isso, o dólar futuro para fevereiro mostrava uma leve alta de 0,01%, alcançando R$ 6,1910. O euro, por sua vez, estava em avanço de 0,33%, sendo negociado a R$ 6,3371.
No mesmo horário, a moeda americana subia 0,38% em relação ao peso mexicano e 0,11% diante do rand sul-africano. Contudo, o dólar apresentava uma leve queda de 0,07% frente à lira turca, enquanto subia 0,61% frente ao peso chileno.
A sessão desta sexta-feira foi marcada por uma menor volatilidade no mercado cambial. O dólar tinha alcançado, mais cedo, o patamar de R$ 6,20 em seus picos, mas rapidamente perdeu força, retornando à estabilidade.
O Índice de Gerente de Compras (PMI) industrial dos EUA, conforme relatório do Institute for Supply Management (ISM), subiu em dezembro para 49,3, em comparação aos 48,4 de novembro, superando a expectativa dos agentes de mercado, que era de 48 pontos. Essa notícia fez com que os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os famosos Treasuries, subissem. No mesmo momento, o juro da T-note de 2 anos, que havia alcançado o mínimo do dia a 4,235%, se estabilizava aos 4,262%, enquanto a taxa da T-note de 10 anos subia de 4,568% para 4,584%.
De acordo com os economistas do Société Générale, a persistente fraqueza das commodities na China e as preocupações idiossincráticas, como questões fiscais no Brasil e temores tarifários no México, fizeram com que tanto o real quanto o peso mexicano figurassem entre os piores desempenhos de 2024 até agora.
"O Banco Central do Brasil (BCB) aumentou a taxa Selic em um total de 175 pontos-base desde setembro, gerando um diferencial em relação ao Fed de +275 pontos-base, intensificando assim a defesa do real. No entanto, essa estratégia não teve o impacto esperado. O real se recuperou do recorde de baixa de R$ 6,3156, mas uma declaração política robusta sobre a política fiscal será crucial para uma virada na moeda", afirmam os analistas da instituição.
Adicionalmente, o CDS de 5 anos do Brasil cresceu para 216 pontos-base no final de dezembro, maior aumento quando comparado a qualquer outro país emergente. "O rendimento dos títulos brasileiros de 10 anos superou 15% pela primeira vez desde a destituição da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016", destacam.
Sob a perspectiva técnica, o banco francês notou que o dólar tinha rompido uma faixa de vários anos em relação ao real, sinalizando uma continuidade em sua tendência de alta. "Houve uma estagnação próxima a R$ 6,31, com uma breve pausa, mas ainda não se observam sinais concretos de uma retração mais profunda. A média móvel diária de 50 dias, na faixa de R$ 5,93 a R$ 5,86, representa um suporte importante no curto prazo. Caso essa média seja rompida, o risco de um movimento de baixa significativo aumentará. Acima de R$ 6,31, os próximos objetivos estão projetados entre R$ 6,37, R$ 6,40 e podem chegar até R$ 6,54."
Esse cenário tenso no mercado cambial deixa investidores em alerta, enquanto todos aguardam novas intervenções do governo e do banco central.