O dólar encerrou o dia estável em R$ 6,09, após oscilações significativas nesta terça-feira (17). No início da manhã, a moeda atingiu o maior valor do dia, chegando a R$ 6,20, mas logo começou a se desvalorizar após declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, que anunciou a votação da reforma tributária e do PLP 210, parte de um pacote fiscal que visa melhorar a situação econômica do país.

Os mercados sentiram alívio temporário com as intervenções do Banco Central, que realizou dois leilões à vista, vendendo um total de mais de 3,2 bilhões de dólares, o que ajudou a conter a volatilidade do câmbio.

Na B3, o contrato de dólar futuro também apresentou desempenho negativo, caindo 0,84% para R$ 6,107 na venda. A variação no preço chamou a atenção dos investidores, que estão avaliando o cenário econômico instável.

O Banco Central divulgou a ata de sua última reunião de política monetária, na qual ficou decidido um significativo aumento na taxa Selic, passando para 12,25% ao ano. A ata destacou uma deterioração nas expectativas econômicas, indicativa de desafios na política de juros e riscos fiscais.

Os investidores estavam preocupados com a possibilidade de o governo não conseguir aprovar medidas de contenção de gastos no Congresso até o recesso parlamentar, que começa na próxima sexta-feira. Matheus Spiess, da Empiricus Research, alertou que as medidas fiscais atuais são insuficientes e expressou ceticismo em relação à capacidade do governo de apresentar novas propostas.

Com as notícias sobre a tramitação do pacote fiscal gerando um pouco mais de otimismo, o dólar atingiu sua mínima do dia a R$ 6,0614, antes de voltar a subir levemente. Os analistas continuam a alertar que embora as intervenções do Banco Central tenham mostrado resultados, o cenário fiscal ainda gera incertezas que podem afetar o câmbio nos próximos dias.

Além disso, os mercados internacionais estão aguardando ansiosamente a decisão do Federal Reserve dos Estados Unidos sobre a taxa de juros, que será anunciada na quarta-feira, com expectativas de uma possível redução de 0,25 ponto percentual. Essa decisão poderá ter impacto significativo no mercado cambial brasileiro, especialmente se os investidores interpretarem positivamente as movimentações da autoridade monetária norte-americana.

Em suma, a cotação do dólar, em meio a um cenário incerto, continua a ser um reflexo das dinâmicas políticas e econômicas tanto no Brasil quanto no exterior. Fique atento! O que acontecerá nos próximos dias pode surpreender!