A economia da Argentina passou por uma contração inesperada em setembro, após o presidente Javier Milei implementar uma série de medidas de austeridade. Segundo dados divulgados pelo governo, a atividade econômica caiu 0,3% em relação a agosto, além de registrar uma queda de 3,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Esse desempenho surpreendeu especialistas, que previssem um crescimento de 0,9%, de acordo com análises feitas por especialistas consultados pela Bloomberg.

No entanto, nem tudo é negativo. Alguns indicadores mostram sinais de recuperação inicial. Os salários, por exemplo, superaram a inflação pelo sexto mês consecutivo em setembro. Além disso, tanto o consumo quanto a produção manufatureira demonstraram ganhos nos últimos meses.

Por outro lado, a inflação está desacelerando consistentemente e há dados que apontam para uma redução na pobreza, se comparado ao pico registrado há duas décadas. Essa é uma luz no fim do túnel em meio a um cenário econômico desafiador.

Economistas consultados pelo banco central da Argentina estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) terá uma contração de 3,6% neste ano. No entanto, há uma expectativa otimista com um crescimento de 3,6% previsto para 2025.

Esta notícia surge um dia após o ministro da Economia, Luis Caputo, revelar que o governo iniciou conversas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para discutir um novo programa de empréstimos. Em uma entrevista a um programa de TV local, Caputo afirmou: "Provavelmente vamos ter um novo [empréstimo]," mencionando que as discussões se concentram em dois pontos principais: o montante dos recursos e a forma como os valores serão injetados na economia do país.

A situação da Argentina é um exemplo do delicado balanço entre austeridade e crescimento econômico. Especialistas alertam que as próximas decisões do governo serão cruciais para o futuro econômico da nação. A população está atenta a cada passo, perguntando: será que Milei conseguirá estabilizar a economia ou estamos prestes a ver mais turbulências? As respostas podem definir não apenas o horizonte financeiro do país, mas também a vida de milhões de argentinos.