
Eduardo Bolsonaro será o presidente da Comissão de Relações Exteriores, mesmo sem passaporte!
2025-03-11
Autor: Gabriel
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), conhecido como filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, está prestes a assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden). A confirmação foi feita por Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara dos Deputados, que reforçou que a indicação de Eduardo ocorrerá "com ou sem passaporte".
A preocupação em torno do passaporte de Eduardo aumentou quando o PT solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a sua apreensão, sob a alegação de que o deputado teria usado suas viagens internacionais para incitar políticos americanos contra o STF e as instituições democráticas brasileiras. A estratégia do partido era questionar a soberania nacional brasileira com essa ação.
Sóstenes não hesitou em afirmar: "Eduardo será o presidente da Creden, querendo quem quiser ou não. É uma decisão interna do nosso partido, e não vamos ceder à pressão". Essa postura levanta questões sobre como a comissão será utilizada, especialmente em um contexto em que o PL pode empregar o espaço como um palanque para criticar diretamente o governo de Lula e o ministro Alexandre de Moraes.
A escolha de Eduardo tem gerado tensões visíveis na base governista e poderia deteriorar ainda mais as relações entre o PL e o STF. Nos bastidores, circulam rumores de que a presidência da Creden pode se tornar uma plataforma de confrontação, criando um clima de instabilidade política.
O novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), está atualmente negociando as posições nas comissões e precisa definir as lideranças até esta quinta-feira. O PL, por ter a maior bancada, tem priorizado a Credenciamento em função do conflito com o PT e a judicialização da política.
Os protagonistas da oposição, incluindo o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, tentam desmantelar essa indicação, argumentando que, além de gerar um grande conflito com o STF, Eduardo pode usar sua posição para atacar publicamente a imagem de Alexandre de Moraes, particularmente em um momento em que o ministro tem sido alvo de críticas de autoridades internacionais.
"A situação é grave e coloca em risco a imagem do Brasil no exterior. O avanço de Eduardo na Credenciamento poderia comprometer nossa soberania e criar um embate desnecessário com o STF", alertou Lindbergh.
Para a posição, o PT almeja um acordo com Hugo Motta, que, por sua vez, tem se mantido neutro na composição das comissões, enfatizando que o governo não interferirá nesse processo.
Em resposta ao pedido de apreensão do passaporte, o STF, através de Alexandre de Moraes, está aguardando um posicionamento da Procuradoria-Geral da República, prática usual em tais solicitações. O momento é decisivo e pode repercutir fortemente na política brasileira nos próximos dias.