Em uma reviravolta no cenário dos transportes do Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes anunciou o adiamento da operação exclusiva do novo cartão Jaé para julho de 2024. A prorrogação se deve à complexidade da integração do sistema de bilhetagem com os modais de transporte sob responsabilidade do governo estadual, como ônibus intermunicipais, metrô, trens e barcas.

Durante a coletiva de imprensa, Paes criticou duramente a Fetranspor, referindo-se à entidade como 'máfia' e afirmando que eles operam como uma 'caixa-preta' há anos no Rio. 'Estamos enfrentando um sistema que se recusa a mudar, que está incomodado com a transparência que estamos buscando. Eles não nos deterão, vamos oferecer um serviço justo à população', afirmou Paes, reforçando seu compromisso de trazer clareza ao sistema de transporte.

Com o anuncio do adiamento, os usuários podem continuar utilizando o Riocard para suas passagens. Aqueles que já adquiriram o cartão Jaé poderão utilizá-lo em todos os modais municipais, mas sem possibilidade de integração com os transportes estaduais até que uma solução seja implementada.

A Riocard Mais, operadora do atual sistema de bilhetagem, emitiu uma nota ratificando seu apoio à transição, apesar de reconhecer que essa mudança não era uma demanda dos passageiros. 'Acreditamos na inovação, mas a mudança precisa ser feita de forma que respeite as necessidades do cidadão', destacou a empresa.

Paes também criticou a falta de dados que a Riocard apresenta sobre o fluxo de passageiros, revelando que a Prefeitura costuma receber informações escassas sobre a utilização do sistema, o que dificulta a gestão dos subsídios pagos às empresas de transporte.

O novo sistema Jaé pretende mudar essa dinâmica, prometendo que cada passagem paga será devidamente contabilizada e que as informações sobre o uso do sistema serão disponibilizadas em um portal de transparência da Prefeitura. O prefeito ressaltou que a implantação de um novo sistema de bilhetagem não é uma tarefa simples e que a resistência de empresários do setor é esperada.

Em relação à integração dos sistemas, o secretário estadual de Transportes, Washington Reis, confirmou que não haverá como integrar os sistemas até fevereiro, enquanto a Prefeitura planeja licitar uma nova bilhetagem que se conecte ao sistema do Jaé em breve. O que está claro, no entanto, é que a atual situação é insustentável e prejudica em especial os trabalhadores que podem vir a gastar entre R$ 126 a R$ 162 a mais por mês apenas devido à falta de integração.

A situação também é agravada pelas negociações sobre a gestão do novo cartão, com a Autopass S.A. buscando adquirir o controle do Jaé, aguardando a aprovação da Prefeitura. Neste cenário, a prefeitura está fazendo um apelo para que a população não deixe o cadastramento do novo cartão para a última hora, lembrando que o cartão já oferece benefícios, como redução nas tarifas para estudantes e idosos.

E você, leitor? O que acha dessa situação? Deixe sua opinião nos comentários!