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Eleições no Uruguai: Conflito acirrado entre Esquerda e Direita no 2º Turno

2024-11-24

Autor: Gabriel

Neste domingo, o Uruguai se prepara para definir seu futuro político no segundo turno das eleições presidenciais, onde os candidatos Yamandú Orsi, representando a esquerda, e Álvaro Delgado, da direita, competem de forma intensa. Orsi, de 57 anos, e Delgado, de 55 anos, emergiram como os principais candidatos após o primeiro turno, realizado em 27 de outubro. O candidato da Frente Ampla, Orsi, obteve 46,1% dos votos, enquanto o conservador Delgado garantiu 28,2%.

A campanha de Yamandú Orsi ganhou força com o suporte do ex-presidente José Mujica, figura emblemática da política uruguaia. Orsi, que já foi professor de história e governador de Canelones, é considerado o herdeiro político de Mujica. O ex-presidente mencionou recentemente que pode estar votando pela última vez, levantando questões sobre a sua saúde.

Álvaro Delgado, alinhado ao atual presidente Luis Lacalle Pou, vem enfatizando suas conexões e a continuidade do governo atual. Veterinário de formação, Delgado atuou como secretário da Presidência e usou a popularidade de Lacalle Pou para fortalecer sua campanha. Ele afirmou que uma "maioria silenciosa" o apoia, ressaltando as melhorias em segurança, infraestrutura e economia promovidas por seu partido.

Na reta final da campanha, Orsi focou em convencer os eleitores sobre os resultados positivos das eleições legislativas, onde sua coalizão, a Frente Ampla, conquistou 16 das 30 cadeiras no Senado e 48 das 99 na Câmara. "Estamos prontos para governar com firmeza e determinação, e dar continuidade às transformações que o país necessita!", declarou Orsi.

As últimas pesquisas de intenção de voto indicam um cenário acirrado, com Orsi à frente com 47% e Delgado com 46%, considerando a margem de erro de 3,4 pontos percentuais que coloca ambos em situação de empate técnico. Com aproximadamente 3 milhões de eleitores registrados, a disputa promete ser decidida por uma margem estreita, semelhante às eleições anteriores, que em 2019 foi definida por apenas 37 mil votos.

"É um momento de polarização intensa. O país se encontra dividido, e a vitória pode estar a menos de 50 mil votos de distância", comentou Eduardo Bottinelli, sociólogo e diretor da consultoria Factum. Em relação aos possíveis desdobramentos, Bottinelli acredita que, independentemente do resultado, ambos os lados aceitarão pacificamente o resultado, abrindo um espaço para negociações entre os dois blocos.

As promessas de Orsi incluem não apenas uma nova abordagem à esquerda, mas também políticas focadas em meio ambiente e inclusão social, refletindo as expectativas de mudança por parte de setores da população. Por outro lado, Delgado busca garantir a estabilidade da direita, capitalizando as conquistas do governo atual e prometendo a continuidade das políticas que têm trazido resultados positivos para o país.

A tensão e a expectativa estão altas para este domingo, quando o Uruguai irá às urnas novamente, com o futuro do país em jogo.