Na madrugada deste sábado (15), Elon Musk, CEO da SpaceX, anunciou que a ambiciosa primeira missão do megafoguete Starship a Marte deve ocorrer até o final de 2026. Em uma publicação no X (antigo Twitter), o bilionário revelou que a expectativa é que os primeiros humanos pousem no Planeta Vermelho em 2029, embora a data de 2031 seja mais realista.

Com impressionantes 120 metros de altura, o Starship é atualmente o maior foguete já construído e é fundamental para os planos de Musk de tornar Marte um lugar habitável. Entretanto, a missão enfrenta desafios significativos, já que a nave ainda precisa passar por uma série de testes rigorosos antes de embarcar em voos interplanetários.

Nos últimos meses, a SpaceX tem realizado testes com o Starship, mas os voos têm enfrentado dificuldades. Recentemente, um protótipo da nave explodiu cerca de nove minutos após a decolagem durante um teste, relembrando uma falha similar que ocorreu em janeiro. A empresa informou que analisará os dados do incidente para identificar a raiz do problema, que envolveu a perda de vários motores.

A Administração Federal de Aviação (FAA) solicitou que a SpaceX conduza uma investigação completa antes de prosseguir com novos testes. A NASA também está atenta ao progresso do Starship, visto que pretende utilizá-lo como módulo de pouso na missão Artemis III, que levará astronautas à Lua.

Musk acredita firmemente que o Starship representará um marco na história das viagens espaciais, permitindo não apenas que humanos cheguem à Lua, mas também que estabeleçam uma presença em Marte, transformando a humanidade em uma espécie multiplanetária. A primeira missão ao Planeta Vermelho contará com a presença do robô humanoide Optimus, criado pela Tesla, que poderá executar tarefas cotidianas e ter um custo acessível entre US$20 mil e US$30 mil (aproximadamente R$115 mil a R$170 mil).

Embora os planos sejam ambiciosos, as missões a Marte enfrentam desafios complexos. De acordo com Annibal Hetem, professor de propulsão espacial da Universidade Federal do ABC (UFABC), a viagem a Marte é substancialmente mais desafiadora do que uma missão à Lua. "A Lua está relativamente próxima, permitindo missões curtas. Marte exige um tempo de viagem muito maior, além de expor os astronautas a radiações perigosas", explica Hetem.

A jornada até o Planeta Vermelho pode levar até oito meses, o que acarreta riscos adicionais à tripulação. Para superar essas dificuldades, a SpaceX está desenvolvendo novas versões do Starship, com maior potência e capacidade de carga. As atualizações têm como objetivo reduzir o número de reabastecimentos necessários em órbita antes da viagem.

As versões 2 e 3 do foguete serão ainda maiores, com 150 metros de altura, conforme revelado por Musk em um evento em abril de 2024. Não há uma data definida para a conclusão das novas versões, mas o foco está na inovação contínua.

Sobre o Starship:

- **Dimensões**: 120 metros de altura (incluindo a nave e o propulsor Super Heavy) e nove metros de diâmetro;

- **Capacidade**: até 100 passageiros;

- **Reutilização**: projetado para ser reutilizável, visando a redução de custos de lançamento;

- **Carga**: suporta até 250 toneladas em missões descartáveis ou 150 toneladas em voos reutilizáveis.

Apesar dos obstáculos, a SpaceX continua avançando com testes e melhorias na Starship. Se os planos de Musk se concretizarem, a humanidade poderá dar seus primeiros passos em direção a uma presença permanente fora da Terra - e quem sabe, a realização de um sonho que muitos acreditavam ser impossível!