Elon Musk, CEO da Tesla, viu sua fortuna encolher significativamente após um evento muito aguardado: o lançamento do Cybercab, o novo robotáxi da empresa. No dia 16 de junho de 2023, as ações da montadora de veículos elétricos caíram 8,8%, resultando em uma desvalorização de aproximadamente US$ 68 bilhões (cerca de R$ 382,5 bilhões) em seu valor de mercado.

Apesar dessa queda, Musk permanece no topo da lista dos homens mais ricos do mundo, com um patrimônio estimado em US$ 248,8 bilhões (R$ 1,38 trilhões), segundo a revista Forbes. Ele continua superando outros magnatas da tecnologia, como Larry Ellison, da Oracle, com US$ 212 bilhões (R$ 1,2 trilhões), e Jeff Bezos, da Amazon, com US$ 206,6 bilhões (R$ 1,16 trilhões).

Mas o que realmente aconteceu durante o lançamento do Cybercab?

O evento, realizado em Los Angeles, deixou analistas decepcionados. Eles esperavam um desfecho mais detalhado sobre a tecnologia do robotáxi, mas a apresentação foi alvo de críticas. O analista Adam Jonas, do Morgan Stanley, expressou sua insatisfação ao considerar que a apresentação não trouxe informações suficientes. Da mesma forma, Toni Sacconaghi, da Bernstein, chamou a performance de "surpreendentemente ausente de detalhes".

Embora a maioria dos analistas tenha criticado o evento, algumas vozes se diferenciaram. Dan Ives, do Wedbush, apontou que, apesar das reações negativas, ele não viu o evento como uma decepção, e John Murphy, do Bank of America, garantiu que a apresentação atendeu às expectativas do público.

O futuro do transporte com o Cybercab

O Cybercab, a inovação da Tesla, é um veículo sem volante e pedais, projetado para operar de forma totalmente autônoma. Durante sua apresentação, Musk revelou que o modelo de dois lugares estará disponível para compra a um preço inferior a US$ 30 mil (cerca de R$ 170 mil). Ele afirmou que a maior parte do tempo os carros ficam parados, mas com autonomia, eles podem ser utilizados até dez vezes mais.

Com a produção programada para começar em 2026, o Cybercab é o primeiro grande lançamento da Tesla desde o Cybertruck, revelado em 2019. No entanto, a situação do produto não foi sem desafios; o evento foi adiado várias vezes, com a última alteração ocorrendo devido a mudanças de design de última hora.

A capacidade técnica do Cybercab foi uma questão crucial levantada. Este modelo depende de inteligência artificial e câmeras, o que levanta preocupações em relação a questões técnicas e regulamentares, desafiando a indústria de veículos autônomos.

Musk tem em mente um aplicativo semelhante ao Uber, onde passageiros poderão chamar o Cybercab, e proprietários individuais de veículos poderão listá-los como robotáxis para ganhar dinheiro. Além do Cybercab, ele apresentou um robô autônomo Transporter, que pode acomodar até 20 pessoas, e um robô humanóide chamado Optimus.

Investidores mostram-se céticos

Muitos investidores esperavam respostas mais concretas sobre como a Tesla planeja expandir rapidamente a produção de robotáxis e garantir aprovações regulatórias. Como um acionista decepcionado comentou: "Tudo parece legal, mas não temos prazos claros. Não acho que ele disse muito sobre nada."

Enquanto a direção autônoma do Cybercab usa uma técnica chamada "aprendizado de máquina ponta-a-ponta", que elimina a necessidade de intervenção humana, isso também levanta preocupações sobre responsabilidade em caso de falhas. Um engenheiro da Tesla expressou que esse método torna as falhas quase invisíveis, dificultando a determinação de responsabilização em acidentes.

Agora, com a crescente rivalidade no setor, a Tesla enfrenta a concorrência de empresas como Alphabet e Uber, que também estão desenvolvendo seus próprios sistemas de transporte autônomo. A corrida pela supremacia nesse novo e desafiador mercado de mobilidade promete ser intensa.