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Embaixador da África do Sul é Recebido com Festa na Cidade do Cabo Após Expulsão dos EUA

2025-03-23

Autor: Gabriel

O retorno do embaixador sul-africano em Washington, Ebrahim Rasool, à sua cidade natal, a Cidade do Cabo, foi marcado por uma recepção calorosa e entusiástica de centenas de apoiadores neste domingo (23). Rasool foi declarado "persona non grata" pelo governo dos Estados Unidos e recebeu um ultimato de 72 horas para deixar o país após críticas direcionadas ao presidente Donald Trump.

A expulsão do embaixador levantou um turbilhão nas redes sociais, com diversos apoiadores e críticos expressando suas opiniões sobre o ocorrido. Ao desembarcar no Aeroporto Internacional da Cidade do Cabo, Rasool foi ovacionado pela multidão, que o cercou, obrigando-o a ser acompanhado por uma escolta policial até a saída do terminal.

"Uma declaração de persona non grata tem o objetivo de humilhar, mas quando vocês retornam para me receber assim, isso se transforma em um distintivo de dignidade", declarou Rasool em meio a gritos de apoio. Ele afirmou que a África do Sul deve trabalhar para restaurar suas relações com os Estados Unidos, apesar das dificuldades.

Além de rejeitar a categorização de antiamericano, Rasool destacou que a África do Sul não se deixará pressionar a desistir de seu caso na Corte Internacional de Justiça, onde acusa Israel de genocídio contra os palestinos. A postura do embaixador foi uma resposta direta à alegação do governo Trump, que mencionou essa questão como uma das razões para a expulsão de Rasool.

A crise diplomática se intensificou após o secretário de Estado, Marco Rubio, divulgar sua decisão de expulsar o embaixador, alegando que Rasool fazia parte de um movimento de supremacia branca e que seus comentários eram racistas. A resposta Sul-Africana foi de repúdio, destacando que esse tipo de ação é sem precedentes nas relações diplomáticas.

Com as tensões aumentando entre os dois países, a África do Sul se vê sob os olhares críticos de Washington, especialmente após a acusação de Trump de que o governo sul-africano discriminava brancos em seu processo de reforma agrária. Este movimento visa corrigir as desigualdades históricas de propriedade de terras no país, onde atualmente brancos detêm a maior parte das terras agrícolas, enquanto a maioria negra enfrenta enormes barreiras.

Rasool em suas palavras, também lembrou aos apoiadores que a luta pela justiça e igualdade na África do Sul deve continuar, independentemente das pressões externas. A situação atual torna-se um lembrete não apenas do passado conturbado da África do Sul, mas também dos desafios persistentes na arena internacional.