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Escândalo da Americanas: Revelações Impactantes da Investigação da PF

2025-04-02

Autor: Lucas

Mensagens adquiridas pela Polícia Federal (PF) durante a investigação do escândalo da Americanas levantaram sérias suspeitas sobre a participação de funcionários de grandes bancos em uma trama de fraude contábil que culminou em um rombo superior a R$ 20 bilhões. O Ministério Público Federal (MPF) já denunciou 13 pessoas por envolvimento em organização criminosa.

As comunicações revelam tentativas de cooptar esses funcionários para manipular documentos enviados a auditorias e omitir informações cruciais que poderiam expor a real situação financeira da empresa. Um dos principais pontos discutidos foi a exclusão de dados sobre 'risco sacado', uma prática comum entre empresas do varejo que envolvem empréstimos bancários para gestão do fluxo de caixa. A manipulação de tais informações era uma parte crítica da fraude.

A PF está aprofundando a investigação, focando nas ações de funcionários do Itaú e do Santander, cujas atuações podem ter contribuído para o desvio financeiro. O ex-diretor financeiro da Americanas, Fabio Abrate, está no centro da investigação, tendo assinado um acordo de colaboração com a PF. Ele admitiu que, sem a anuência dos bancos, a fraude não teria alcançado tal dimensão.

Mensagens datadas de janeiro de 2017, antes da crise pública em 2023, indicam conversas entre diretores da Americanas discutindo estratégias para controlar as informações que seriam auditadas. Abrate, por exemplo, pedia a outro diretor que entrasse em contato com bancos e sugeria que documentos relacionados a auditorias fossem enviados com alterações que beneficiassem a empresa.

O conteúdo das mensagens reveladas mostra a urgência e o desespero dos diretores em manter a fraude funcionando, com menções a palavras como 'desesperador' e a necessidade de 'rezar' para que as coisas dessem certo. Além disso, um diretor comentava sobre a pressão exercida sobre o auditor e a falta de transparência nas informações.

Enquanto isso, os bancos se defenderam publicamente. O Santander negou qualquer responsabilidade pela situação e afirmou que sempre teve um relacionamento transparente com a Americanas, reiterando ainda ter sido vítima das fraudes. Por outro lado, o Itaú Unibanco também se isentou de culpa, destacando que sempre forneceu informações corretas às auditorias, mas reconhecendo pressões vindas dos diretores da Americanas para suavizar alertas sobre dívidas.

A investigação continua e novas revelações podem surgir a qualquer momento. O Brasil acompanha de perto esse desdobramento, que expõe não apenas a fragilidade do sistema financeiro, mas também como algumas práticas empresariais podem esconder irregularidades com a cumplicidade de instituições financeiras. Fique atento às próximas notícias sobre essa história que pode mudar o panorama empresarial do país.