
Esquerda organiza protestos contra anistia em 7 capitais neste domingo
2025-03-29
Autor: Pedro
Neste domingo, várias capitais do Brasil serão palco de manifestações organizadas pela esquerda, buscando expressar oposição à proposta de anistia. A data é especialmente significativa, pois marca o aniversário do golpe militar de 31 de março de 1964, um evento que deixou marcas profundas na história do país. Os organizadores esperam a presença de presos políticos da época da ditadura, que terão a oportunidade de discursar sobre suas experiências no carro de som. A família do deputado Rubens Paiva, cuja história foi retratada no filme "Ainda Estou Aqui", também foi convidada para participar das atividades.
Em São Paulo, o ponto de concentração será na Praça Oswaldo Cruz, localizada no início da Avenida Paulista. Os manifestantes planejam realizar uma caminhada até o antigo DOI-Codi, na Vila Mariana, um dos locais mais emblemáticos de tortura durante a ditadura militar. Inicialmente, o ato estava programado para acontecer no vão do MASP, mas a mudança de local se deve à Marcha Transmasculina, conforme explicaram os organizadores.
Diversos parlamentares de esquerda confirmaram sua presença no ato, incluindo figuras como o deputado Guilherme Boulos (PSOL) e Lindbergh Farias (PT). A deputada Erika Hilton (PSOL) também estará presente, reforçando a formação de uma frente unida contra a anistia.
Em um contraponto, bolsonaristas estão se mobilizando para um ato em favor da anistia, programado para o dia 6 de abril, em São Paulo. No último dia 16, uma manifestação em Copacabana organizada pela ala bolsonarista atraiu cerca de 18,3 mil pessoas, uma adesão consideravelmente baixa comparada às expectativas do ex-presidente, que esperava a presença de 1 milhão de pessoas. O pastor Silas Malafaia fez um desafio à esquerda, sugerindo que eles deveriam conseguir reunir pelo menos metade dos participantes do ato bolsonarista.
Ana Paula Perles Ribeiro, coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e uma das organizadoras do ato em São Paulo, afirmou que o evento da esquerda não se trata de uma competição por público, mas sim de uma manifestação de posicionamento contra a proposta de anistia. "Não cabe esse tipo de disputa. Estão fazendo uma aposta equivocada, porque o ato do bolsonarismo em Copacabana não atingiu a meta que eles estabeleceram", disse Ribeiro, enfatizando a importância da coerência na luta pelos direitos humanos e memória histórica.