O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciou ontem (8) o adiamento da implementação do Jaé, um novo sistema de bilhetagem eletrônica que promete revolucionar o transporte público na cidade. Segundo Paes, a nova data para a implementação será em julho, ao invés de 1° de fevereiro, abrangendo ônibus, BRT, vans e VLT.

Durante a coletiva, Paes fez sérias acusações contra empresários do setor de ônibus, descrevendo-os como parte de uma "máfia dos transportes" que estaria dificultando a transparência e a inovação no sistema. "Estamos enfrentando uma turma que é uma máfia. Eles estão extremamente incomodados com isso. Há muito tempo esta caixa-preta opera no Rio, mas não vamos nos deixar intimidar. Vamos trazer mais transparência para este sistema e garantir um preço justo para os usuários", declarou o prefeito.

Paes não poupou críticas à Riocard, a empresa responsável pela bilhetagem. Ele enfatizou que a tecnologia da empresa não atende às necessidades do povo carioca. "Temos que inverter essa lógica, e fomos até o Supremo Tribunal Federal para defender essa mudança", destacou.

Em resposta, a Riocard negou as acusações e afirmou que sempre apoiou o processo de transição para o novo sistema de bilhetagem. Em comunicado, a empresa defendeu que respeitou todas as decisões da Secretaria Municipal de Transportes, mesmo aquelas que não favoreciam os usuários.

Além disso, a Riocard apresentou uma proposta para a Secretaria de Transportes sobre bilhetes intermunicipais, sugerindo a manutenção de um validador exclusivo em cada meio de transporte municipal, mas essa proposta não foi aceita.

A nova bilhetagem visa não apenas simplificar o pagamento das passagens, mas também melhorar a coleta de dados sobre o número de passageiros e a arrecadação, o que poderá levar a melhorias significativas na qualidade do serviço. No entanto, a integração com outros meios de transporte, como trens, metrô e barcas, ainda é um desafio, já que o Jaé não é aceito nesses sistemas.

A implementação do Jaé é vista como uma oportunidade crucial para mudar a cultura do transporte público na cidade e dar voz aos cidadãos em relação ao que esperam desse serviço essencial. O que a população do Rio deve esperar do novo sistema e como enfrentar essa muitos desafios que surgirão nessa transição?